& ninguém está mais no escuro do que o cara que manipula o holofote
& pensei que aquilo ia ser como um copo de água-de-coco, mas foi um picolé de água-do-mar
& às vezes parece que a gente está fugindo a pé e perseguido por um tanque de guerra
& certas frases têm uma melodia macabra em qualquer idioma
& no amor não se pode procrastinar decisões, é um xadrez com peças de gelo
& publicar por editora pequena é tocar guitarra sem amplificador
& em breve vai chegar a moda das duplas caipiras com irmãos siameses
& no dia que aparecer uma zebra com as cores das listras invertidas ninguém vai perceber
& uma cidade é uma torre que cresce na largura
& ator de verdade carrega o palco na sola dos pés
& tem gente que vende a alma e fala mal de quem vendeu o corpo
& se todos os loucos de um hospício tivessem a mesma alucinação, não sei não
& vai chegar o tempo em que bandeira de país vai vir com um código de barras
& não sei o que é mais numeroso, espécies de besouros ou modelos de roupas
& fora da jaula todo bicho é fera
& é melhor ser arroz de festa do que cafezinho de velório
& um milagre que se repete se desvaloriza
& a nova mutação no mundo moderno é o Sentauro, tronco de homem e quatro pernas de cadeira
& a Geometria não deve ser reducionista, mas é impossível dispor de uma régua para cada formato de curva
& sou professor de fracasso na Escola do Sucesso
& ninguém tem o direito de dizer tudo que pensa, e um escritor não tem a obrigação de pensar tudo que diz
& coitado do Sol, que não consegue enxergar as sombras que projeta
& a frase manuscrita é o registro sismográfico do que acontece aqui dentro
& é isso que nos aguarda: uma biblioteca só de Bíblias
& não precisamos encontrar todas as respostas, é preciso deixar alguma distração para as gerações futuras
& eu era feliz e não sábio

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