quinta-feira, julho 28

Livro faz bem à saúde

Para livreiros que precisarem lubrificar as juntas, a dica é excelente. Bastam apenas uns bons calhamaços, daqueles que já ninguém mais procura, e aquele tempinho livre entre uma e outra venda. Fica-se em forma rapidinho.

quarta-feira, julho 27

Kafka desenhista



Não é raro escritor desenhar. No Brasil, Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava e Erico Veríssimo são alguns dos artistas do desenho e mestres escritores. No exterior, também fizeram seus traços Goethe, Victor Hugo, William Blake, Lewis Carroll, García Lorca, Dino Buzzati, Bruno Schulz. E agora na Espanha sai publicada uma obra mostrando outro escritor desenhista: “Dibujos de Franz Kafka”, editado por Niels Bokhove y Marijke van Dorst, reúne 41 desenhos.
Kafka, em testamento ao amigo Max Brod, anunciou seu desejo que fossem também incinerados seus desenhos. Agora suspeita-se que as caixas com material do autor de “A metamorfose”, guardadas em cofres em Zurique e Tel Aviv pelas herdeiras de Brod, possam conter ainda mais desenhos inéditos. Veja aqui

terça-feira, julho 26

Morador de rua tem direito ao livro

A leitura também vai poder chegar ao morador de rua, ao menos em São Paulo, onde o Instituto Mobilidade Verde desenvolveu uma bicicloteca, adaptada com compartimento traseiro que tem capacidade para armazenar até 150 kg de livros, para percorrer as ruas das cidades brasileiras. A primeira unidade foi entregue esta semana ao Movimento Estadual de População em Situação de Rua de São Paulo. Até o final do ano, o Instituto ainda pretende entregar outras dez biciclotecas, em diferentes cidades brasileiras, para ONGs comprometidas com projetos que visam levar cultura à comunidade, que receberão todo o auxílio do IMV para implantar a iniciativa. Para ganhar o livro, o desabrigado precisa fazer uma promessa de doar o livro para outro morador de rua, quando terminar a leitura, já que seria inviável pedir para que obras fossem devolvidas à biblioteca, como de costume.

segunda-feira, julho 25

Dia Nacional do Escritor


Sem eles, ou qualquer autor nas artes, o mundo seria uma falta de imaginação. E vivería-se num eterno utilitarismo. Principalmente, não haveria livreiros, que tanta falta nos fazem.

quarta-feira, julho 20

Santa ignorância

"(...) Não sabemos onde começa e onde terrmina a literatura. E é essa ignorância, honra e alegria da própria literatura, que nos estimula e salva - a nós que somos criadores literários ou simples leitores - e nos permite percorrer, da infância à morte, um território infindável, festejando a diversidade e a diferença, num silêncio visitado pela aceitação tolerante e pela surpresa, e até pela veneração"

Lêdo Ivo, em "O ajudante de mentiroso"

terça-feira, julho 19

Morte da gigante

A segunda maior cadeia de livrarias dos Estados Unidos, a Borders, anunciou no final da segunda-feira a sua liquidação, fechando as 399 lojas restantes - 237 já fecharam desde o início do processo - e deixando cerca de 10.700 desempregados. A gigante do livro nasceu há 40 anos na cidade Ann Arbor, no Michigan, onde as prateleiras antes cheias ficaram no esqueleto. E um dos paraísos dos leitores, é agora uma imensidão com esqueletos de estantes. Mais notícias sobre a liquidação aqui

sexta-feira, julho 15

Limpando o pó da memória

Em meio ao pó, estantes e mais estantes entulhadas de livros, o livreiro também é um pouco arqueólogo. Fuça aqui e ali, folheia uma obra e outra, vai passando tempo e conhecendo muitas e boas histórias. Às vezes, até faz lá suas descobertas históricas. E que surpresas encontra! Assim aconteceu sobre Modesto Dias de Abreu e Silva. Escritor, teatrólogo, filólogo e jornalista, Modesto de Abreu foi um dos fundadores da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro (ACLERJ), da Academia Brasileira de Jornalismo (ABJ) e da Academia Brasileira de Filologia. Em sua bibliografia se destacam ensaios como “Machado de Assis: O homem e a obra”, “Biógrafos e críticos de Machado de Assis” e “Infância e Adolescência de Machado de Assis”.
Apesar do currículo e das obras, continua a ser um desconhecido na própria cidade em que nasceu a 1 de junho de 1901. Não mereceu, portanto, ser patrono de nenhuma cadeira na Academia do município, nem muito menos ser nome de rua, de praça, de escola. Seus 110 anos de nascimento passaram em branco como em branco está a memória local sobre esse “filho de pescador e comerciante e de uma habilidosa senhora no conserto de redes e de fiação do tucum” que nasceu no início do século passado “numa casa de taipa, coberta de sapê, situada num canto de praia conhecido como praia de São Bento”. Morreu, cego, aos 95 anos, no dia 2 de julho de 1996, no Rio, bem longe da “parte extrema e meridional da praia maior que se conhece até hoje pelo nome de Itaipuaçu” (Maricá).

terça-feira, julho 12

O primeiro best-seller é de 1494

As falácias da Justiça e da Igreja, a avidez e vulgaridades dos nobres e dos pobres, ou mesmo os exageros da moda, coisas de hoje, já estavam bem descritas no primeiro best-seller de todos os tempos, publicado em 1494. Sebastian Brant (1457-1521) ironizou tão bem a sociedade do seu tempo que “A Nau dos Insensatos” (Octavo, R$ 58) teve 15 edições em vida do autor e foi traduzida para vários idiomas, inclusive se tornando a primeira obra da literatura alemã a ser traduzida para o inglês, tornando Brant o autor mais renomado da época na Europa. Os 112 capítulos curtos inauguraram uma nova vertente na literatura mundial, a literatura da loucura, inspirando grandes clássicos como “Rei Lear” (aproximadamente 1606), de William Shakespeare; “O Elogio da loucura” (1511), de Erasmo; “O aventuroso Simplicissimus” (1667), de Grimmelshausen.

segunda-feira, julho 11

Debate sobre ser editor e livreiro

Três palestras e um debate marcarão, na sexta-feira, a partir das 14 horas, na Fundação Biblioteca Nacional, no Centro do Rio, o colóquio “Ser editor, ser livreiro, no Brasil e em Portugal”. A mesa de debate reunirá Milena Duchiade (livraria Leonardo Da Vinci) e Renato Casimiro (EdUerj), sob a mediação de Aníbal Bragança (UFF/CNPq). Os palestrantes serão Mário Feijó (ECO/UFRJ), com “A formação de produtores editoriais no Brasil”, Thaís Sena Schettino (ifcs/ufRJ), com “Comércio e cultura:a identidade profissional do livreiro”, e Nuno Medeiros (Universidade Nova Lisboa), com “Ser editor em Portugal no século XX: tensões e transformações”. Durante o evento ainda serão lançadas a Revista do Livro da Biblioteca Nacional n° 34 e a Revista Poesia Sempre, números 33 e 34.

Um caldeirão de efervescência cultural

A pensão de 85 apartamentos localizada em Botafogo, no Rio de Janeiro, foi o endereço e o abrigo de poetas, compositores, jornalistas, artistas plásticos – loucos, cabeludos e “desbundados” que vinham de todos os cantos do país e encontravam ali o jardim ideal para plantar suas “folhas de sonho” e materializar verdadeiras obras de arte. O local, hoje ocupado por um dos maiores shopping centers da cidade, foi a sede de um verdadeiro caldeirão cultural e o cenário de inúmeras histórias engraçadas, românticas e muito polêmicas.
Mais de 40 anos depois, o jornalista e escritor Toninho Vaz, ele próprio uma das figuras que contribuíram para a consolidação da imagem do local como símbolo da vanguarda cultural e política dos anos 1960. Em “Solar da Fossa” (Casa da Palavra, R$ 39,90), Toninho Vaz reúne relatos que divertem o leitor ao mesmo tempo em que resgatam a memória de um dos períodos mais ricos da história do Brasil. Há declarações, e fotos inéditas, de personalidades como Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Gal Costa, Paulo Coelho, José Wilker, Tim Maia, Betty Faria, entre outras. O prefácio escrito pelo autor e jornalista Ruy Castro, também antigo morador do Solar da Fossa, destaca que o casarão “serviu de incubadora de talentos, ideias e ousadias e mudou para sempre os rumos da cultura brasileira”.

quinta-feira, julho 7

I'm reading in the rain

Sob a chuva e o frio, livreiro conta com um abrigo perfeito: a própria livraria. As paredes forradas de livros são um ótimo aquecedor e ainda há muito alimento para o lazer, o descanso e até para driblar com humor o mau tempo.

quarta-feira, julho 6

Uma 'montanha' por toda casa


Quem faz uma tempestade até por um pequeno punhado de volumes, enfiados num armário, reclama principalmente do espaço que poucos livros estão tomando em casa, ainda não viu nada. Alison Flood, canadense com três filhos e trabalhando em dois empregos, nem mais reclama. Seu desespero é mesmo enorme porque está com nada menos do que 350 mil livros e uma casa em Pike Lake, no estado de Saskatchewan, com rachaduras devido ao peso. Nem mesmo vender o enorme acervo Alison está conseguindo, porque os livreiros ficam assustados com a enormidade do acervo.

A dona de casa revelou ao jornal britânico Guardian que os livros foram salvos da destruição quando uma vizinha planejava queimar a coleção do marido bibliófilo recém-falecido. O que foi primeiramente uma boa ação acabou por se tornar um pesadelo de 30 toneladas de papel espalhadas por toda casa. Allison inclusive revela que pensa mesmo em medida mais drástica: por fogo em tudo.

terça-feira, julho 5

Um país que lê, em vídeo

Paraty, que esta semana se torna o centro cultural do país com a sua Festa Literária Internacional, recebe pela terceira vez o Movimento por um Brasil Literário, que lança o novo vídeo de campanha com vinhetas de depoimentos e imagens de pessoas das diferentes regiões do Brasil. O vídeo mostra um país que lê e se transforma com a literatura, mas que também precisa percorrer um longo caminho para garantir a todos o direito de acesso aos textos literários. O vídeo será apresentado antes de cada mesa de autores e também na FlipZona. Acompanhe aqui o portal do Movimento

Jóia recuperada para leitor em Niterói





Uma das muitas preciosidades históricas de Niterói será reinaugurada nesta terça-feira. Depois de meses de obras e mais de R$ 4 milhões investidos no acervo e no mobiliário, ressurge a Biblioteca Estadual de Niterói, inaugurada em 1935, num prédio tombado considerado marco na arquitetura da região central da cidade, ocupando área de cerca de 1.500 m² na Praça da República.
Uma moderna e equipada nova biblioteca com cerca de 60 mil livros, CDs e DVDs, em um catálogo que pode ser consultado online, é oferecida ao público. Além de espaço infantil, a reforma fez com que os deficientes visuais também possam agora contar com teclados e livros em braile e foi garantida acessibilidade dos portadores de necessidades especiais, incluindo rampas elevatórias. “Foi tudo respeitado historicamente para que o público recebesse um presente. Mas com uma pitada de modernização na usabilidade do espaço”, conta Gloria Blauth, há 38 anos na direção da biblioteca.
Confira aqui vídeo da TV OFlu

segunda-feira, julho 4

Diálogos para uma rede

A biblioteca também será atração durante a Flip, em Paraty. A Fundação Biblioteca Nacional e a Superintendência da Leitura e do Conhecimento da Secretaria Estadual de Cultura estarão promovendo, na quinta-feira, o debate “Diálogo: a biblioteca que temos e a biblioteca que queremos”. O encontro vai reunir as lideranças locais na criação e manutenção de bibliotecas públicas, comunitárias e escolares para discutir as possibilidades de se montar uma rede local de bibliotecas.

sexta-feira, julho 1

A doce figura

"Não sei como uma pessoa passa pela vida sem ler, sem se interessar pela literatura.... "
Eis o escritor pernambucano Gilvan Lemos, de 83 anos, autor de obras como “Jutaí menino”, "Emissários do diabo" e "Olhos da treva". Ele aparece numa deliciosa conversa com o jornalista Urariano Motta. Veja aqui