segunda-feira, janeiro 22

Com ou sem história

No ano passado, o programa da Câmara de Lisboa que classifica alguns estabelecimentos da capital como estabelecimentos com história (desde luvarias a lojas de velas e ferragens) passou a incluir a Livraria Aillaud & Lellos, na movimentada Rua do Carmo, aberta ao público desde 1931 e com clientes certos há décadas – sobretudo desde que o comércio de livros se massificou e, com ele, se deteriorou o atendimento ao público. Mas, como já tinha infelizmente acontecido com a Livraria Portugal (e Pacheco Pereira escreveu na altura sobre o assunto um belo artigo), a Aillaud & Lellos fechou portas no dia 29 de Dezembro de 2017, mesmo sendo uma «loja com história», porque não era simplesmente possível suportar o aumento da renda… Pois bem, acabo de saber que fechou também a Livraria Bulhosa do Centro Comercial das Amoreiras e caíram-me os queixos, pois tinha ideia de que era um estabelecimento que vendia muitos livros e dava dinheiro aos proprietários (talvez a renda tenha também aumentado para lá do imaginável, já não digo nada). Com ou sem história, a verdade é que as livrarias estão todas a fechar. Dizem-me que as FNAC estão já a pensar vender electrodomésticos grandes, máquinas de lavar e frigoríficos... Para onde irão os livros quando isso acontecer?
Maria do Rosário Pedreira

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