quarta-feira, maio 28

Solidão nas metrópoles

Em 1982, o jornalista José Maria Mayrink, do jornal O Estado de S. Paulo, escreveu uma surpreendente série de reportagens sobre a solidão em São Paulo, a maior metrópole brasileira. Mendigos, trabalhadores noturnos, presidiários, padres, freiras reclusas, cidadãos comuns foram surpreendidos em sua intimidade. Escrita em estilo literário, como já não se vê na imprensa diária, os relatos comoveram os leitores e tiveram um impacto impressionante. Mais de 30 anos depois, a solidão nas grandes metrópoles não diminuiu. Os solitários continuam sozinhos, agora espalhando suas angústias nas redes sociais. O que era e é ser solitário numa cidade marcada por multidões e ruídos? Quem eram aquelas pessoas que falavam de uma sensação paralisante de abandono?
“Solidão” (Geração, R$ 29,90) é um relato sobre a angústia e a melancolia, sobre a dor e o desespero — mas também sobre a esperança e o sentido da existência. A obra fala de seres esquecidos e rejeitados. Estas pessoas foram ouvidas por quem se dispôs a viver com elas alguns momentos que não foram apenas ocasionais, tal a sua intensidade. Mayrink traça neste livro um painel terrível, real e, paradoxalmente, esperançoso sobre os impasses da grande metrópole.

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