quinta-feira, julho 24

Affonso Romano

Foto: Lina Faria
“Não saberia viver sem essa coisa que é o livro, seja em papel ou digital”

Ele é um dos intelectuais mais atuantes do país. Escreve crônicas para jornais e revistas há mais de meio século. É um dos principais poetas brasileiros, autor de dezenas de livros, entre os quais “Que país é este?” e “Textamentos”. Estudou a obra de Carlos Drummond de Andrade, o que resultou no livro “Drummond: o gauche no tempo”. Affonso Romano de Sant’Anna, mineiro nascido em Juiz de Fora em 1937, foi o segundo convidado de 2014 do projeto “Um Escritor na Biblioteca”.

COLEÇÃO PARTICULAR

Lá em casa acontece uma coisa que também deve acontecer na casa de vocês. Volta e meia chega um operário ou um jornalista, o que é mais grave, e faz a pergunta: “O senhor já leu todos esses livros?”. É incrível, porque fazem sempre a mesma pergunta. Dependendo do dia, respondo: “É, eu já li. Esses aí e tem mais três cômodos de uma casa em Friburgo que também estão cheios de livros. E tem ainda os que eu não tenho, mas li em bibliotecas.” 

NOVOS LEITORES

Reportagens mostram que na Itália, na França, na Espanha, em qualquer país, os professores e os comunicadores afirmam que os jovens não sabem mais escrever. E não sabem por uma razão muito simples: por causa da cultura digital.  

NA PALMA DA MÃO

Temos que fazer uma campanha para que as pessoas descubram que todos têm uma biblioteca nas suas mãos. Quando você vai a uma lan house, o que se escuta? Uma barulheira incrível. Uma gritaria sem fim. O que passa? Os meninos estão jogando. São jogos de matar e morrer. Então, tem que ensinar esse pessoal a ler, seja no computador ou na tela do celular. Todo mundo está com o celular na mão, mas é joguinho ou palavra cruzada para matar o tempo, quando o sujeito poderia estar aproveitandoo tempo lendo algum livro de Dostoiévski, Cervantes ou Machado de Assis. É importante fazer uma campanha de descoberta da biblioteca digital. 

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