domingo, novembro 2

Assim começa o livro...

Ouvindo o tiro, eu me apeei do cavalo. Então, tinha chegado o lugar. Saí do caminho, puxando o Veneno pela rédea, meti-me pelo mato já zarolho, àquela altura de julho.

Outro tiro. Não devia ser comigo – quer dizer, apontando contra mim. Talvez estivessem fazendo exercício de pontaria. Distante, escutei o latido de um cachorro. E, de tão exausto que estava, senti-me debaixo de uma moita e estirei as pernas no capim sedo do chão.

Se eu chegar na frente da casa, a descoberto, podem me receber com fuzilaria, pensando que sou um atacante. Se fico quieto, eles acabam me achando e me levam vivo. Vão querer descobrir o que eu vim fazer por aqui.

E aí eu peço que me levem para falar com a Dona. Digo que nós dois somos conhecidos velhos... E não somos?


Bem, ela deve se lembrar da confissão. Não é todo dia que se faz uma confissão daquelas. Ela tem que se lembrar.    

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