quinta-feira, novembro 28

Canetas

Todos nós, que escrevemos – e não falo apenas de escrever para publicar, mas de redigir notas, letras, cartas, mensagens, listas, crónicas, poemas… –, temos sempre certas canetas de que gostamos mais. Actualmente, a minha preferida é uma caneta Uniball de tinta preta (uso também muito a vermelha quando estou a editar) que, por fora, é maioritariamente cinzenta e de que compro muitos exemplares ao longo do ano. Não cansa, é macia, nem fina nem grossa. Mas, quando era adolescente, a escolha era mesmo reduzida (lembram-se do anúncio Bic Laranja, Bic Cristal? Pouco mais havia...), pelo que fiquei muito contente quando, talvez por volta dos 14 anos, a minha avó me ofereceu uma esferográfica Parker, que era macia e contribuía menos para aquele calo que se formava no dedo médio de tanto escrever. Depois, num repente, apareceu tudo e mais alguma coisa, e a Parker ficou obviamente para trás, soterrada por marcas mais cotadas, como a Montblanc. E não é que hoje, no meio daquela publicidade que invade diariamente as nossas caixas de correio electrónico, me aparece um reclame da Parker, que eu já julgava mais do que defunta? Mostrava um modelo novo e dizia assim: «A Parker nasceu em 1888, na Grã Bretanha, como fabricante de canetas de luxo. […] quando a ocasião sugere um presente memorável, quando nenhum presente comum serve, escolha uma bela caneta Parker. Será uma lembrança que vai combinar com o seu bom gosto.» Bateu cá uma saudade… Qualquer dia ainda volto à velhinha Parker. (Passe a publicidade.)

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