segunda-feira, julho 18

Uma breve história das livrarias paulistanas

A relação que estabelecemos junto aos livros varia conforme a importância que esse nos são apresentados. Nos tempos de escola, as cartilhas para os mais antigos ou os livros didáticos foram e são elementos marcantes da vida escolar, símbolos da escola.

Muitas pessoas acreditavam que com a era digital, o surgimento dos e-books e a maciça digitalização, o livro seria colocado de lado, mas não é bem isso que percebemos. Cada vez mais o livro ganha espaço e mostra-se forte perante as novas tecnologias.

É o livro que encanta o leitor, traduzindo as idéias em tinta e papel e transformando os devaneios de um pensador em clássicos.

Quem nunca se curvou diante a grandes pensadores, pesquisadores, professores como Sérgio Buarque de Holanda (1902 – 1982) e o exemplar advogado, empresário e bibliófilo José Mindlin (1914 – 2010). Tais pessoas nos mostraram a força intelectual que um livro pode exercer, afinal esse ajuntado de papel nos transporta a grandes viagens, confundindo-se com mágica.

Mágicos foram os primeiros livreiros do Brasil. Propagar uma nova cultura com livros advindos da Europa foi uma experiência que deu certo, tanto que se criou um mercado de trabalho no Brasil antes inexistente. Muito mais que comerciantes de livros, eram também editores e encadernadores.


Quando se chega a uma livraria não se faz idéia o quanto foi importante este comércio, efervescente no século XIX, para a sociedade paulistana. Um comércio que aflorava o cotidiano da cidade e tinha o seu devido respeito que, para prosperar, este comércio não precisava apenas de dotes comerciais, precisava de um toque de amor e sutileza para agradar o leitor.

O primeiro local a comercializar livros no Brasil foi o Collegio dos Jesuítas, localizado no Morro do Castelo no Rio de Janeiro entre os séculos XVII e XVIII. Nesta livraria eram vendidos apenas bíblias e livros relacionados ao catolicismo, religião oficial no Brasil. Para aqueles que desejassem adquirir livros de outros assuntos era necessário fazer encomenda, que levariam meses para chegar ao local do destino. Começou ocorrer um comércio paralelo de marinheiros portugueses que desembarcavam no Brasil com alguns livros para ser vendido na cidade. Uma importante livraria que foi responsável pela difusão da obra de Machado de Assis, foi a livraria Garnier, localizada na rua do Ouvidor no Rio de Janeiro e liderada pelo francês Baptiste-Louis Garnier.

Este comércio em São Paulo começou a aflorar no século XIX. As livrarias paulistanas foram impulsionadas pela inauguração da Faculdade de Direito do Largo São Francisco em 1827, poucos anos após a Independência do Brasil. Alunos advindos de outras cidades e a aristocracia alimentaram inicialmente este comércio tornando-se popular.

Catalogamos algumas das primeiras livrarias paulistanas em um período de 1860 a 1981. São anos de história da cidade de São Paulo contada através das graciosas livrarias que comercializavam em diversas ruas como a antiga rua da Imperatriz e que hoje habitam nos corações dos apaixonados por leitura.

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