quinta-feira, dezembro 12

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Quando comecei a trabalhar com livros, lembro-me de que Portugal era ainda um país com fortes marcas do analfabetismo que se vivera em anos e anos de ditadura. Apesar de os intelectuais nessa época terem sido sobretudo influenciados pela cultura francesa, a verdade é que os índices de leitura do Reino Unido eram talvez os mais impressionantes para os editores portugueses e aqueles que estes sonhavam um dia igualar. Íamos à Feira do Livro de Londres e víamos gente a ler em todo o lado, nos bancos dos jardins e nos transportes, embora por vezes apenas literatura de supermercado, como então se dizia. Hoje, infelizmente, lá como cá, o que encontramos são pessoas com o nariz enfiado no telemóvel e o rosto que, se não se desvia um segundo para olhar o outro, ali sentado à sua frente, muito menos o faz por um livro aberto. Claro que isso só podia originar o que li numa notícia do The Guardian de sexta-feira passada: fecharam mais de 800 bibliotecas na Grã-Bretanha nos últimos dez anos. Um verdadeiro susto, que explica muito do que por lá está a acontecer.

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