sexta-feira, outubro 2

Trechos de Christian Prigent

A poesia pode ajudar o livro a sobreviver neste mundo superconectado?
Eu não sei. Não nasci neste mundo, apenas me habituei a ele, como a maioria. Sou muito apegado ao livro na forma Gutemberg, em papel. Talvez, um símbolo da minha decrepitude (risos). Não vou dizer que o livro vai durar só porque é melhor. Os poetas latinos liam textos em rolo e, quando chegaram os códices gravados em madeira, seguramente, disseram: “Vocês estão loucos. O melhor são os rolos!”. Não adianta nada debater isso. 
Os brasileiros leem pouco, mas a Bienal tem milhares de visitantes... Por quê?
Na França também é assim. Acho que as pessoas hoje, como em todas as épocas, têm nostalgia de outro mundo no qual imagina-se que se lia mais. É alarmismo. Não se lembram — ou nunca souberam — que Rimbaud tinha 20 leitores e Baudelaire, 100. Maomé teve 150 e pensava que era popular. No século XIX, de Balzac e Zola, o número de leitores era infinitamente menor, pois as pessoas não sabiam ler! Hoje, no underground, tenho mais leitores que Baudelaire na época dele.
Leia a entrevista completa  

Nenhum comentário:

Postar um comentário