domingo, março 1

Assim começa o livro

Sobre sete colinas, que são outros tantos pontos de observação de onde se podem disfrutar magníficos panoramas, espalha-se a vasta, irregular e multicolorida massa de casas que constitui Lisboa.
Para o viajante que chega por mar, Lisboa, vista assim de longe, ergue-se como uma bela visão de sonho, sobressaindo contra o azul vivo do céu, que o sol anima. E as cúpulas, os monumentos, o velho castelo elevam-se acima da massa das casas, como arautos distantes deste delicioso lugar, desta abençoada região.
O espanto do turista começa quando o barco se aproxima da barra e, depois de passar o farol do Bugio - a pequena torre-guardiã na embocadura do rio, construída há três séculos sobre planta de Frei João Turriano - lhe aparece o baluarte que é a Torre de Belém, como um exemplar magnífico da arquitectura militar do século XVI, em estilo romano-gótico-mourisco (vide página 139). À medida que o barco avança, o rio torna-se mais estreito, para logo alargar de novo, formando um dos mais largos portos naturais do mundo, podendo nele ancorar as maiores frotas. Então, à esquerda, as massas de casas agrupam-se vivamente como cachos sobre as colinas. E aí temos Lisboa.
Desembarcar e fácil e relativamente rápido; costuma fazer- se num ponto da margem onde abundam os meios de transporte. Um trem, um automóvel ou então um simples eléctrico conduzirá o estrangeiro em poucos minutos ao centro da cidade. Ao desembarcar, tudo lhe é facilitado e, quanto a funcionários, descobre que os há invariavelmente educados e prontos a darem-lhe todas as indicações que possa pedir, quer se dirija aos funcionários da Alfândega ou aos do porto, ou mesmo à Guarda Fiscal.
No exterior da Alfândega há um pequeno posto de controle que vem mesmo a propósito, pois controla o transporte de bagagens, para prevenir os abusos que, sem isso, seriam inevitáveis onde quer que fosse, em tais circunstâncias. Este posto despacha bagagem para qualquer parte da cidade e assume a responsabilidade pela entrega. Os funcionários são competentíssimos e falam várias línguas.
Convidaremos agora o turista a vir conosco. Servir-lhe-emos de cicerone e percorreremos com ele a capital, mostrando-lhe os monumentos, os jardins, os edifícios mais notáveis, os museus - tudo o que for de algum modo digno de ser visto nesta maravilhosa Lisboa. Depois de a sua bagagem ter sido confiada a um bagageiro de confiança, que a entregará no hotel se o turista ficar por algum tempo, deixemo-lo tomar o seu lugar connosco num automóvel e seguir para o centro da cidade. Pelo caminho mostrar-lhe-emos tudo o que merece ser visto.

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