A vela, ao se apagar, é sebo apenas,
e quero a meia-luz. Amo as serenas
angras do mar dos livros, onde bebo
— álcool mais absoluto — alheias penas
consoladas na estrofe, e calmo, e gebo,
tiro da baixa estante sete avenas
em sete obras que pago e que recebo.
Amiga, buquinemos, pois é morta
Inês de antigos sonhos, e conforta
no tempo de papel tramar de novo
nosso papel, velino, e nosso povo
é Lucrécio e Villon, velhos autores,
aos novos poetas muito superiores.
Carlos Drummond de Andrade
O bouquiniste, na França, é o vendedor de livros velhos, como aqui são os sebistas. A palavra deriva do cheiro do bode (“bouquin”), aqui ficamos apelidados com o manusear sebento dos livros. À beira do rio Sena, em Paris, são uma atração as bancas de livreiros
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