sexta-feira, junho 22

Viagens em livrarias

China
Ao pegar num livro, ao colocá-Io na prateleira, ou ao folheá-Io apressadamente em minha casa nas mesas, nas cadeiras, nas camas e tapetes, toda a espécie de livrarias, com horas de páginas entreabertas, de férias e de passeio ocorre ao meu espírito. Gosto dos livreiros e das livrarias, e de encontrar na ponta dos dedos que voltam as páginas a preguiça sussurrante das longas pausas sob as galerias do Odéon, nas prateleiras de alfarrabistas gigantes da Quinta Avenida em Nova lorque, ou entre as montras de Brentano's, ornadas de livros luzidios como caixas de conserva Libby's, perto da Quinta Avenida, ou em Piccadilly, no grande Faber and Faber de Londres, onde existem as mais belas prateleiras de livros infantis do mundo, ou no Fritze em Esto­colmo, cuja vitrina é lacada como o casco de um iate que estivesse ancorado no Fredsgatan, ou o Mondadori na Galeria de Milão (Pettt Cheyney, em italiano, e Leonardo de Vinci, em inglês, acasalam bem nas prateleiras), ou então essa livraria de Lausana, já desaparecida, que se encontrava ao lado de Pepinet como um refúgio de alta montanha para livros raros.
Claude Roy, "Diário de viagens"

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