terça-feira, dezembro 10

Algumas faces do erro

Pisando nos escombros do edifício de doze andares, o engenheiro dizia estar pronto para ouvir críticas construtivas.

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O maior erro que um homem comete é o de ver no amor um ser gracioso e querer vesti-lo de acordo com seu gosto. O amor não é um manequim, é uma ideia que, tendo parentesco com o absoluto, rejeita qualquer enfeite de ocasião.

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Beckett nos incitou a errar com método e perseverança, errar sempre e melhor, em busca do erro impecável, perfeito, um objetivo tão desejável e inatingível quanto o acerto total.

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Repugna-me recordar ocasiões em que vi o amor com olhos que não eram estritamente os do espírito. Se lhe damos nomes, o amor começa a morrer quando passamos a gritá-los em noites de febre. O amor, se por algum nome for chamado, que seja por um que a brisa possa dizer numa manhã de sol, num parque.

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Nas novelas eróticas, dificilmente um personagem chamado Paulo Pinto induzirá o leitor a erro.

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Querer ser escritor foi um erro. Eu deveria ter me contentado em ser um leitor, assim como um homem, ao conhecer a mulher que lhe parece ideal, não deve nunca ir além do primeiro encontro.

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Penso, às vezes, que a pureza que eu via em ti não passava de um fruto de minha imaginação. Minha era a tua pureza. Quando chego a esse ponto, tenho vontade de rir. Eu, puro! É algo que nem tu conseguirias de mim.

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Meu erro não foi entregar-me inteiro ao amor. Foi não entregar-me ainda mais.

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Penso poder dizer agora que o meu erro foi presumir que na poesia estava não a realização do poeta, mas a redenção do homem.

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