A inglesa Su Blackwell, de 33 anos, é literalmente uma devoradora de livros. Além de leitora, Blackwell desenvolveu uma arte própria para transformar velhos livros, que seguiriam para a moagem, em obras de arte. Em Londres, a jovem montou nos últimos meses um estúdio, onde cria esculturas com o miolo dos volumes. As obras são vendidas por um preço em torno de 6 mil euros.
O material para trabalho Blackwell encontra principalmente em suas rondas pelos sebos londrinos, mas também recebe muitos livros de amigos e alguns até recolhe das ruas.
Leia e veja as imagens aqui.
sexta-feira, julho 31
quinta-feira, julho 30
Vale a pena conferir
O bibliófilo José Mindlin, à beira de completar 95 anos, foi entrevistado por Danielle Ferreira, para o Último Segundo, em meio aos seus aproximados 40 mil volumes, colecionados desde os anos 30.
Confira
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sexta-feira, julho 24
Testamento de um gênio centenário
Livreiro não se contém e reproduz o depoimento do arquiteto Oscar Niemeyer sobre sua relação com a leitura. Niemeyer fala da relação com os autores e sua universalidade quanto à leitura. Num texto singular, com a mesma delicadeza de sua curvas arquitetônicas, o arquiteto nos traça seus caminhos pelos livros.
“Com o tempo, sentia-me - como a maioria dos meus colegas - pouco informado nos assuntos fora da arquitetura e resolvi deles me ocupar.Lembrava Rodrigo a me dizer: “Oscar, leia os gregos e os clássicos portugueses.” E li. Li muito. Li como quem nada sabe e tudo quer aprender. Li com a devoção com que lera, anos atrás, a obra de Le Corbusier.E comecei pelos gregos, como meu amigo aconselhava, curioso diante dos discursos de Sócrates e Platão, da maneira inteligente com que faziam seus diálogos, astuciosos, de exemplar coerência. E passei, em seguida, aos clássicos portugueses, a Diogo do Couto, Fernão Lopes e outros, a contarem as pilhagens pelas costas da África e as “espingardadas” com que as resolviam. Era a linguagem simples, concisa, direta, que Rodrigo apreciava.Interessado na literatura, segui em frente lendo, cuidadoso, devagar, os discursos de Vieira, os livros de Herculano, Eça de Queiroz e Machado de Assis.Herculano, com sua linguagem severa; Eça às vezes barroco, mas cheio de graça e espontaneidade. Como ainda hoje recorro aos Maias ou à Ilustre Casa de Ramires!Machado de Assis, a fazer ironias, a invadir a alma de seus personagens.Não tinha pretensões literárias. Queria apenas poder explicar meus projetos de forma clara e simples. E prossegui, debruçado na literatura do Brasil e Portugal, a sentir, em cada um dos que lia, suas grandezas e qualidades. E li de Machado aos novos escritores desses dois países, entusiasmado com a simplicidade de alguns, com a imaginação e espontaneidade de outros, com a preocupação política e social dos que trazem a miséria dentro do peito. E passei aos estrangeiros, surpreso com a unidade literária de Camus; a inteligência e cultura de André Malraux; a invasão do ser humano de Freud, Kafka e Dostoiévski; a pureza de Gide e Tchekhov; o realismo de Henri Miller; a agilidade e o talento de Proust; a grandeza dos escritores russos como Tolstoi, Tchekhov, Dostoiévski e Gorki.Mas, sempre pela rama, sentia que a literatura não me bastava, que precisava conhecer melhor o mundo em que vivemos, o porquê da nossa presença neste velho planeta.E os ensaios sobre a vida, a genética e o cosmo me atraíram. Quanta coisa aprendi a ler Jacob e Monod, a obra de Sartre a nos induzir que toda a vida é um fracasso, a nos explicar seu existencialismo: “A antecipação da existência da criatura sobre a essência.”Nas horas vagas, lia os livros didáticos de Celso Cunha - e os grandes mestres da poesia, Baudelaire a falar de amor. Neruda a cantar a revolução.Não me permitia criticar ninguém nem assumir posições radicais. Era apenas um curioso no assunto. Lia com igual respeito um livro de García Márquez e Jorge Amado ou um romance de Anatole France; uma poesia de Appolinaire ou outra de Drummond ou Gullar. Em cada um deles apreciava coisas diferentes como se estivesse defronte de uma pintura de Matisse e de um quadro de Picasso. Até os livros policiais de Simenon me atraíam, o que, ao comentá-los, deixava irritados nossos “intelectuais”, que um dia fuzilei contando que nas suas Lettres au Castor Sartre satisfeito disse: “Hoje li três livros de Simenon.”Quando um escritor mais importante me fascinava, procurava ler sua correspondência. Quantas coisas aprendi lendo as cartas de Lenin a Gorki e Tchekhov, as memórias de Gide, Buñuel e tantos outros!Pessoalmente, prefiro a linguagem simples, do cotidiano. “A literatura se engrandece quando se aproxima da linguagem oral,” disse Moravia numa das suas entrevistas.Mas, se os livros de conteúdo social me entusiasmavam, outros, que nada disso oferecem, também me atraíam. Era a pureza literária a dispensar outros predicados, embora, juntos, pudessem, sem dúvida, se enriquecer ainda mais. Mas como a beleza se impõe! E lembro estes versos magníficos de Freire, transcritos num livro de Jorge Juiz Borges:“Peregrina Paloma imaginaria/Que enardeces os últimos amores/Alma feita de luz, de música e de flores,/Peregrina Paloma imaginaria.”E o comentário de Borges: “Esse verso não explica absolutamente nada. Mas para mim é inesquecível.”
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“Com o tempo, sentia-me - como a maioria dos meus colegas - pouco informado nos assuntos fora da arquitetura e resolvi deles me ocupar.Lembrava Rodrigo a me dizer: “Oscar, leia os gregos e os clássicos portugueses.” E li. Li muito. Li como quem nada sabe e tudo quer aprender. Li com a devoção com que lera, anos atrás, a obra de Le Corbusier.E comecei pelos gregos, como meu amigo aconselhava, curioso diante dos discursos de Sócrates e Platão, da maneira inteligente com que faziam seus diálogos, astuciosos, de exemplar coerência. E passei, em seguida, aos clássicos portugueses, a Diogo do Couto, Fernão Lopes e outros, a contarem as pilhagens pelas costas da África e as “espingardadas” com que as resolviam. Era a linguagem simples, concisa, direta, que Rodrigo apreciava.Interessado na literatura, segui em frente lendo, cuidadoso, devagar, os discursos de Vieira, os livros de Herculano, Eça de Queiroz e Machado de Assis.Herculano, com sua linguagem severa; Eça às vezes barroco, mas cheio de graça e espontaneidade. Como ainda hoje recorro aos Maias ou à Ilustre Casa de Ramires!Machado de Assis, a fazer ironias, a invadir a alma de seus personagens.Não tinha pretensões literárias. Queria apenas poder explicar meus projetos de forma clara e simples. E prossegui, debruçado na literatura do Brasil e Portugal, a sentir, em cada um dos que lia, suas grandezas e qualidades. E li de Machado aos novos escritores desses dois países, entusiasmado com a simplicidade de alguns, com a imaginação e espontaneidade de outros, com a preocupação política e social dos que trazem a miséria dentro do peito. E passei aos estrangeiros, surpreso com a unidade literária de Camus; a inteligência e cultura de André Malraux; a invasão do ser humano de Freud, Kafka e Dostoiévski; a pureza de Gide e Tchekhov; o realismo de Henri Miller; a agilidade e o talento de Proust; a grandeza dos escritores russos como Tolstoi, Tchekhov, Dostoiévski e Gorki.Mas, sempre pela rama, sentia que a literatura não me bastava, que precisava conhecer melhor o mundo em que vivemos, o porquê da nossa presença neste velho planeta.E os ensaios sobre a vida, a genética e o cosmo me atraíram. Quanta coisa aprendi a ler Jacob e Monod, a obra de Sartre a nos induzir que toda a vida é um fracasso, a nos explicar seu existencialismo: “A antecipação da existência da criatura sobre a essência.”Nas horas vagas, lia os livros didáticos de Celso Cunha - e os grandes mestres da poesia, Baudelaire a falar de amor. Neruda a cantar a revolução.Não me permitia criticar ninguém nem assumir posições radicais. Era apenas um curioso no assunto. Lia com igual respeito um livro de García Márquez e Jorge Amado ou um romance de Anatole France; uma poesia de Appolinaire ou outra de Drummond ou Gullar. Em cada um deles apreciava coisas diferentes como se estivesse defronte de uma pintura de Matisse e de um quadro de Picasso. Até os livros policiais de Simenon me atraíam, o que, ao comentá-los, deixava irritados nossos “intelectuais”, que um dia fuzilei contando que nas suas Lettres au Castor Sartre satisfeito disse: “Hoje li três livros de Simenon.”Quando um escritor mais importante me fascinava, procurava ler sua correspondência. Quantas coisas aprendi lendo as cartas de Lenin a Gorki e Tchekhov, as memórias de Gide, Buñuel e tantos outros!Pessoalmente, prefiro a linguagem simples, do cotidiano. “A literatura se engrandece quando se aproxima da linguagem oral,” disse Moravia numa das suas entrevistas.Mas, se os livros de conteúdo social me entusiasmavam, outros, que nada disso oferecem, também me atraíam. Era a pureza literária a dispensar outros predicados, embora, juntos, pudessem, sem dúvida, se enriquecer ainda mais. Mas como a beleza se impõe! E lembro estes versos magníficos de Freire, transcritos num livro de Jorge Juiz Borges:“Peregrina Paloma imaginaria/Que enardeces os últimos amores/Alma feita de luz, de música e de flores,/Peregrina Paloma imaginaria.”E o comentário de Borges: “Esse verso não explica absolutamente nada. Mas para mim é inesquecível.”
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sexta-feira, julho 17
Quem lê...
quarta-feira, julho 8
Retalhos de infância
Livreiro volta aos tempos de criança quando surgem na loja aqueles pequenos pedaços da infância. Vai recompondo a colcha de retalhos para a velhice com os exemplares de um tempo passado, mas nunca perdido. É o caso das “Viagens Maravilhosas”, de Júlio Verne, em 40 volumes encadernados e ilustrados in 8°, da Grande Edição Popular das Maravilhosas aos Mundos Conhecidos e Desconhecidos, publicada pela Editora Paulo de Azevedo e Livraria Bertrtand.
Ah¸ tempos de muita imaginação, quando a fantasia era o alimento daquelas alminhas viajantes por todos os mares¸terras e ares, vivendo suas próprias aventuras com os livros de Verne. Agora, o livreiro acaricia as belas capas daquele tesouro que desembarcou em suas praias trazendo a recordação dos tempos que não voltam mais.
Ah¸ tempos de muita imaginação, quando a fantasia era o alimento daquelas alminhas viajantes por todos os mares¸terras e ares, vivendo suas próprias aventuras com os livros de Verne. Agora, o livreiro acaricia as belas capas daquele tesouro que desembarcou em suas praias trazendo a recordação dos tempos que não voltam mais.
terça-feira, julho 7
Dúvida cruel
"Quando a falta de espaço impõe despachar velhos livros da biblioteca seja para mandar ao sótão do qual não sairão (ou a alguma entidade beneficiente a qual talvez não cheguem) sempre sinto uma punhalada de escrúpulo: “Tratado de jardinagem na Babilônia...? E se depois de amanhã me der vontade de rever esse assunto?"
Fernando Savater
Fernando Savater
segunda-feira, julho 6
Sai + Leitura de julho
A edição de julho de + Leitura já foi distribuída em inúmeros locais de Maricá. O folhetim da livraria Canto do Livro traz como destaque a reinauguração da biblioteca da Escola Municipal Carlos Magno para a qual destinou não apenas mais de 200 livros, mas ainda uma coleção completa dos 17 volumes das obras infanto-juvenis de Monteiro Lobato. Em editorial, + Leitura destaca o trabalho o trabalho das professoras daquela escola em preparar um local tão adequado para os novos leitores. “Quando o livro é homenageado com bons projetos, mesmo pequenos, deixa quem convive com eles até sonhando com um país que se fizesse melhor com homens e livros. (...) Um grupo de professoras, como sempre dedicadas, pois livro merece sempre carinho, deu exemplo do que se pode, com pouco, deixar gente grande feliz e sonhar que futuros leitores se formarão em ambiente agradável com pessoas dedicadas”.
O folhetim ainda tem como manchetes de página o lançamento do guia de livrarias de Buenos Aires e a reportagem sobre a Rede de Bibliotecas de Escolares, de Portugal, que atende mais de 1 milhão de estudantes, entre outras inúmeras notícias sobre acontecimentos relacionados ao livro e à leitura.
O folhetim ainda tem como manchetes de página o lançamento do guia de livrarias de Buenos Aires e a reportagem sobre a Rede de Bibliotecas de Escolares, de Portugal, que atende mais de 1 milhão de estudantes, entre outras inúmeras notícias sobre acontecimentos relacionados ao livro e à leitura.
quinta-feira, julho 2
Juíza proíbe continuação de obra de Salinger
A juíza federal Deborah Batts proibiu a publicação, distribuição e promoção nos Estados Unidos do livro “60 Years Later: Coming Through the Rye”, escrita por J. D. Califórnia, pseudônimo do sueco Fredrik Colting. A obra seria uma continuação de “Um apanhador no campo de centeio”, de J. D. Salinger, que no mês passado entrou com uma ação judicial contra a publicação do livro por infringir seus direitos sobre a obra, publicada em 1951, e sobre o protagonista, segundo o jornal The New York Times em sua edição digital.
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