Fecha-se uma livraria |
Quando se fecha uma livraria se dá mais uma facada na cultura, se agiliza o processo de enquadramento como nos regimes de força que determinam as leituras do cidadão. Quando se fecha uma livraria não se fecha meramente um ponto comercial, do qual o Estado se serve à exaustão com suas taxas. Quando isso acontece, ainda mais em município mequetrefe como Maricá, é um alerta e um protesto. O fechamento abre o sinal vermelho para a economia em decadência de uma administração desastrada. Em vez de estimular o crescimento, gerar empregos, promover ações conjuntas com o comércio, os governantes preferem usar verbas em ações de voto fácil. O gesto também é um protesto contra o péssimo tratamento da cultura, e ainda da educação, gerida por incapazes que se vangloriam de uma falsa intelectualidade, que tocam de ouvido. Um único exemplo basta para desclassificar essa administração. Em quatro anos não conseguiu promover um grande evento em relação ao livro ou colocar nas ruas e praças um projeto relacionado ao setor livreiro. Foram até capazes de incentivar barraqueiro de outro município (Belfort Roxo) a se instalar por um mês em espaços públicos em detrimento dos comerciantes legalizados da cidade. Um desprezo completo a quem aqui paga impostos que não mereceu um protesto sequer, além do que registramos. Talvez se contentem os imbecilóides com a atitude, mas devem aprender de vez que, quando se fecha uma livraria, se mata um sonho, se destrói um local de prazer intelectual, um centro de debates, um pólo de resistência cultural, uma praça dedicada à amizade, de certa forma um local de benesse leitora. As portas fechadas ao livre comércio do livro é uma condenação à confraria de amigos, órfãos leitores de todas as idades, de todos os credos, de todos níveis sociais. Também se fica mais doente, pois aqueles que sofrem não têm mais onde encontrar aqueles livros que precisam, a preços populares bem mais acessíveis do que em remédios nas farmácias. Enfim, uma livraria fechada deixa a cidadania mais doente. Só serve para se alastrar a mediocracia, que muitos ainda confundem com democracia. A livraria Canto do Livro registra aqui sua revolta, seu repúdio, pois nunca foi conivente ou complacente com atitudes menores que levam ao fundo do poço o município e, por conseqüência, a Cultura e a Educação. O silêncio fica adequado aos que consentem, cúmplices de mais um atentado à melhoria do cidadão. Em 9 anos, a livraria não enriqueceu um centavo a mais e, no entanto, ficou riquíssima (e ainda é) em prestar os serviços a que se propôs como polo de conhecimento e cultura. Incentivou estudantes através de premiações, criou tablóide sobre leitura com recursos próprios, doou quase 20 mil livros para formação de bibliotecas e clubes de leitura, mesmo para fora do município. Agiu sempre sem esmolar junto aos governos e não seria agora, saindo de cena comercial, que se comportaria como a malandragem em silêncio e com o rabo entre as pernas. Combateu o bom combate de favorecer a cultura e ainda de quebra recebeu o tesouro de conquistar muitos amigos e leitores, o que nenhum ladrão pode roubar nem o tempo apagar. Enfim foi e se comporta ainda como um pólo de resistência ciente de que o maior crime contra a cidadania é silenciar. PS: Às manifestações de apreço e aos leitores desconsolados com o fechamento, informamos que a livraria agora definitivamente é uma estrela. Está entre as nuvens do espaço cibernético com a mesma dedicação ao livro, que sempre foi sua raiz criadora quando surgiu como extensão do jornal Leitores&Livros. (A loja no Centro fechou as portas no dia 17 de abril) |
domingo, maio 5
quinta-feira, janeiro 3
O livro vai à praia
Durante o Verão, a prática de fazer instalações com livros nas praias já é costume antigo na Europa, onde os governos disponibilizam bibliotecas em plena areia e em outros pontos de lazer como parques, praias lacustres e de rio. Projetos desse tipo visam ampliar a oferta de atrações para os turistas, o que está sendo desenvolvido pela Secretaria de Cultura do Paraná com o “Bibliopraia”, estruturas que ficarão até o final de fevereiro em cinco praias do litoral paranaense. Cada Bibliopraia, aberta das 10 às 21 horas, todos os dias, conta com 1,2 mil títulos de todos os gêneros literários, selecionados pela equipe da Biblioteca Pública do Paraná, que podem ser devolvidos no local ou na BPP depois da temporada. As unidades vão para outros municípios entre março e outubro
Foto: Kraw Penas/SEEC
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