quinta-feira, junho 30

Biblioteca de 16 mil livros para 9 habitantes

O único ser vivo que se movimenta na pequena aldeia de Quintanalara, na Espanha, por volta do meio-dia, é um porco preto. Pertence ao alcaide da povoação. O mesmo alcaide que teve a ideia de fazer uma biblioteca.

"Andou um ano inteiro às voltas e conseguiu. Fez pedidos pela internet. Só estava a pensar em 10 mil livros mas agora já são 16 mil". Estes livros todos acomodados numa casa onde no passado foi o sítio onde se ferravam os animais. Quem o diz é Montsé Gonzalez, uma das 9 pessoas da aldeia que também ajudou a recolher tantos livros.

"Muitos nos diziam que tinham duzentos e que os fossemos buscar. Em casas particulares, de heranças, de Navarra também deram alguns, de outros lados mas tivemos que os ir buscar a todos, foi muito trabalho". Um trabalho compensado com uma inauguração com pompa e circunstância vai há pouco mais de uma semana. Depois de tudo isso, o alcaide foi de férias para um merecido descanso.


Na biblioteca encontrámos Célia Navarra. Nasceu e cresceu na pequena aldeia. Está orgulhosa de tudo. Trabalha em Burgos mas sempre que pode vai ali dar "uma mãozinha". Primeiro têm que se registar os livros e depois é que se pode levar. Neste momento estou a tomar notas dos livros que faltam registar para depois serem alugados", diz.

A excêntrica biblioteca está sempre aberta e qualquer um pode ir buscar ou levar um livro, acrescenta Célia Navarro. "Sim, claro! Pode levar um livro que goste ou que precise. Isto vai estar aberto todo o dia, à disposição de quem passe ou de quem venha de propósito".

E por aqui, nesta pequena nova terra aculturada por estes 16 mil títulos a única coisa que querem dizer aos políticos, em tempo de campanha, é de que "estão fartos deles". 

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