Boris Schnaiderman |
Voltando àquele feriado de 2002, quando cheguei pela primeira vez ao seu apartamento perto do Minhocão. Ele mesmo me recebeu à porta. Sempre com sorriso franco e aperto de mão. Logo se viam as estantes repletas de livros. Entramos por uma sala de estar — com livros também sobre a mesa de centro — até outro ambiente contíguo, com sua mesinha redonda de trabalho e a Olivetti portátil onde trabalhou por mais de 30 anos na época. E mais estantes de livros. Passeei os olhos nas lombadas e logo reconheci a ampla coleção de obras de Dostoiévski na edição soviética. Lembrei-me de Jorge Luis Borges quando afirmava ser a estante do leitor delatora sobre suas mais profundas características. Em anos, as estantes e os livros mudaram de lugar. Mas aquela edição de Dostoiévski esteve sempre à mão de Boris.
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