A pensão de 85 apartamentos localizada em Botafogo, no Rio de Janeiro, foi o endereço e o abrigo de poetas, compositores, jornalistas, artistas plásticos – loucos, cabeludos e “desbundados” que vinham de todos os cantos do país e encontravam ali o jardim ideal para plantar suas “folhas de sonho” e materializar verdadeiras obras de arte. O local, hoje ocupado por um dos maiores shopping centers da cidade, foi a sede de um verdadeiro caldeirão cultural e o cenário de inúmeras histórias engraçadas, românticas e muito polêmicas.
Mais de 40 anos depois, o jornalista e escritor Toninho Vaz, ele próprio uma das figuras que contribuíram para a consolidação da imagem do local como símbolo da vanguarda cultural e política dos anos 1960. Em “Solar da Fossa” (Casa da Palavra, R$ 39,90), Toninho Vaz reúne relatos que divertem o leitor ao mesmo tempo em que resgatam a memória de um dos períodos mais ricos da história do Brasil. Há declarações, e fotos inéditas, de personalidades como Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Gal Costa, Paulo Coelho, José Wilker, Tim Maia, Betty Faria, entre outras. O prefácio escrito pelo autor e jornalista Ruy Castro, também antigo morador do Solar da Fossa, destaca que o casarão “serviu de incubadora de talentos, ideias e ousadias e mudou para sempre os rumos da cultura brasileira”.
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