quinta-feira, dezembro 31

Todas as horas são horas de leitura

Tudo no mundo existe para algum dia terminar num livro
Stéphane Mallarmé

Quem gosta de ler não tem apenas como leitura os novos livros. Aqueles que surgem ao longo do ano. As novidades apregoadas e assinaladas nas grandes livrarias e até nos supermercados. Os livros, em escaparates, já são exibidos em tabelas : o top dos mais vendidos. Publicitar o livro, exercer o convite à leitura é uma nobre aposta, mas fica esvaziada quando o critério selectivo não tem apenas o valor intrínseco da obra. Muitos livros são apresentados porque são obra de gente que vive sob as luzes dos media. E mata-se qualquer aposta em torno de um bom livro. 


Lê-se a vida inteira para saber que livros reler na velhice - afirmou o escritor brasileiro Autran Dourado. Concordo e partilho deste critério. Leio e releio novos e velhos livros que me encantaram e sempre serão objecto de puro prazer literário. 

Nunca ninguém lê o mesmo livro como nunca ninguém ouve a mesma música -alguém o disse e corresponde ao que penso ser verdadeiro. A leitura é um acto solitário. Apropria-se de nós numa posse egoísta e total. Lemos e, se o fizermos em conjunto, as palavras ,apesar de serem escutadas por todos em sincrônica audição, não chegam a cada um em sintonia. Há um ressoar que confere diferentes apropriações.

Livres Pensantes

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