quarta-feira, setembro 30
Um porão que é um mundo
Um velho cronista muda-se para o porão de sua casa levando junto o que tem de mais precioso: a biblioteca. Ali, como Henry Thoreau na sua cabana à beira do lago, ele pretende "enfrentar somente os fatos essenciais da vida". Rodeado de livros e de uma solidão só quebrada pela visita de alguns raros amigos, dedica-se a registrar suas impressões sobre o mundo que o cerca e os autores que lê. Surpreende-se ao descobrir que seu poema preferido de Borges é apócrifo. Conta como conheceu um antigo secretário de Mário de Andrade. Revela que Kafka amava as crianças e não era o ser soturno que todos imaginavam. Escreve a García Márquez para informar sobre o paradeiro do obscuro editor de seu primeiro livro. Conta como Hemingway veio a detestar Carmen Miranda e os brasileiros em geral. Comove-se com a sorte de um médico que escreveu duas dúzias de romances e morreu inédito. Demonstra como a civilização pode transformar o fracasso aparente em sucesso retumbante, como no caso de Van Gogh. E narra muitas histórias em que entram os cronópios de Cortázar, os expedicionários do barão de Langsdorff e outros seres reais ou imaginários, inclusive um gato filósofo. É para falar do universo dos livros que este “A Biblioteca no Porão: Livros, autores e outros seres imaginários” (160 páginas, R$ 36,90) lançado agora pela Papirus 7 Mares, traz de volta às prateleiras o escritor Eustáquio Gomes, autor de um sempre badalado "A Febre Amorosa", romance publicado em 1994. "Não são resenhas críticas ou comentários sobre o assunto, mas sim histórias, em geral bem-humoradas a respeito do tema", segundo o autor que reuniu 44 crônicas sobre o mundo do livro.
quarta-feira, setembro 23
O novo homem-livro
Matins de Barros recria o homem-livro de Guiseppe Arcimboldo (1527-1593). Encontrado aqui
terça-feira, setembro 22
'Livreiro deve formar leitores'
“As livrarias devem ocupar o papel de verdadeiros centros de cultura. Hoje, uma livraria não pode abrir mão da prerrogativa de ser o principal canal de acesso ao livro e à cultura. Ela deve ser o verdadeiro agente da democratização da leitura, da difusão do livro, do conhecimento e do saber. Uma livraria não pode estar presente em uma cidade só como o intuito de fazer negócio. O ofício verdadeiro do livreiro é também social, desenvolvendo cidadãos. O bom livreiro é aquele que está preocupado com a formação de novos leitores. Afinal, estes serão seus futuros clientes. Sem essa visão, ser livreiro, hoje, em uma sociedade moderna e democrática não teria sentido”. (Entrevista de Vitor Tavares, presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), pode ser encontrada na íntegra em 'Brasil que Lê - Agência de Notícias')
Acrescentaríamos: o livreiro também tem que lutar por todos os meios para que os órgãos governamentais, relacionados à cultura e à educação, de cada cidade cumpram suas obrigações, tomem posições ativas e efetivas para o bom desenvolvimento de suas áreas.
Acrescentaríamos: o livreiro também tem que lutar por todos os meios para que os órgãos governamentais, relacionados à cultura e à educação, de cada cidade cumpram suas obrigações, tomem posições ativas e efetivas para o bom desenvolvimento de suas áreas.
Leitura é cidadania
O projeto Leitura para Cidadania, promovido pela editora Paulus, vai movimentar nesta quinta-feira o Sesc-Interlagos, em São Paulo, a partir das 9 horas, com a distribuição de 15 mil kits de livros publicados pela editora para os usuários/alunos de 27 instituições, entre CCAs, Ongs e escolas. O evento deve contar com a participação de 1.800 crianças e adolescentes que terão à disposição o painel literário, correio literário, tenda de contação de história, brechó poético e exposição das produções literárias, entre outras atividades.
Desde 2006, o projeto atinge milhares de crianças e adolescentes oriundos de escolas públicas por meio da distribuição gratuita de livros paradidáticos e de Literatura Brasileira, num total de 2 milhões de exemplares.
Desde 2006, o projeto atinge milhares de crianças e adolescentes oriundos de escolas públicas por meio da distribuição gratuita de livros paradidáticos e de Literatura Brasileira, num total de 2 milhões de exemplares.
segunda-feira, setembro 21
Exposição de lobatiana no mês da criança
A livraria Capítulo 4, de Itaim Bibi, na região metropolitana de São Paulo, anuncia que em outubro, entre os dias 2 e 18 de outubro, vai promover a exposição "Loucura ou sonho: a história esquecida de Monteiro Lobato". O colecionador Ricardo Ferreira apresentará parte de sua Lobatiana com primeiras edições, obras raras e livros traduzidos por Monteiro Lobato.
Tem mais sobre o escritor aqui.
Tem mais sobre o escritor aqui.
Média de vendas na Bienal foi de R$ 4,8
Pesquisa realizada na XIV Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, encerrada ontem, registrou que o preço médio dos livros vendidos foi de R$ 4,8 e que apenas 74% do público fizeram compras. Foram vendidos 2,45 milhões de livros num faturamento estimado de R$ 51,5 milhões.
A Fagga Eventos e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, organizadores da Bienal, anunciaram que se atingiu a estimativa de 640 mil visitantes, sendo que no sábado, penúltimo dia, compareceram ao Riocentro mais de 100 mil pessoas. A próxima Bienal do Rio acontecerá em 2011 entre os dias 1 e 11 de setembro.
A Fagga Eventos e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, organizadores da Bienal, anunciaram que se atingiu a estimativa de 640 mil visitantes, sendo que no sábado, penúltimo dia, compareceram ao Riocentro mais de 100 mil pessoas. A próxima Bienal do Rio acontecerá em 2011 entre os dias 1 e 11 de setembro.
quinta-feira, setembro 17
Princesa vai presidir comitê de literatura infantil
A princesa de Astúrias, Letizia Ortiz, vai presidir o Comitê de Honra do I Congresso Ibero-americano de Língua e Literatura Infantil e Juvenil (Cilelij), que se realizará com a promoção da Fundação SM entre os dias 24 de 28 de fevereiro de 2010, em Santiago, no Chile. O comitê será formado pelos ministros da Cultura e da Educação de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, México, Peru, Porto Rico e República Dominicana, países, onde a Fuindação estão presente. O Congresso, único no gênero, terá periodicidade trienal e nasce com o propósito de converter-se num fórum de reflexão sobre as bases e a potencialidade da literatura infantil e juvenil em Ibero-América com mais de 50 palestrantes de prestígio internacional já confirmados. Dentre os brasileiros, estarão a escritora Lygia Bojunga, que será homenageada; Marisa Lajolo, que discorrerá sobre Monteiro Lobato; Ana Maria Machado, com a conferência “Independência, cidadania e literatura infantil”; o escritor Bartolomeu Campos de Queirós; a ilustradora Ângela Lago; José Castilho Marques Neto, que apresentará as políticas governamentais de promoção do livro e da leitura; Tânia Rösing, sobre a experiência de Passo Fundo (RS) com a Jornada Literária; Peter O’Sagae, do site Dobras da Leitura, sobre a literatura na web e outras inovações tecnológicas; e Elizabeth Serra, que participará da apresentação do Manifesto para a literatura infantil e juvenil.
terça-feira, setembro 15
Reflexo da Bienal
Garotada, a caminho de uma lan-house, passa diante da livraria, tomada por livros (como sempre).
- Ih, é a Bienal.
- Ih, é a Bienal.
segunda-feira, setembro 14
Diálogo da tristeza (na Bienal)
Dois jovens entram no estande, recheado de livros, todos a R$ 5. Há prateleiras de 2 metros de altura em três paredes e mais expositores no centro do estande. Ou seja, há livro por todo canto e para todo gosto. Um dos rapazes aproveita e se abastece.
- Ué, cara, não vai comprar nada?
- Não encontrei nada.
E o primeiro, já com sacola cheia, tenta consolar o amigo:
- Triste, cara.
- Ué, cara, não vai comprar nada?
- Não encontrei nada.
E o primeiro, já com sacola cheia, tenta consolar o amigo:
- Triste, cara.
domingo, setembro 13
Nas “ruas” da Bienal
Num dos estandes do Riocentro, duas pessoas se esbarram em uma bancada, onde se ofertam centenas de marcadores.
- Também adoro marcadores. Cada Bienal, venho só para aumentar minha coleção.
Haja ou não crise financeira, marcador ainda é o produto mais ambicionado, procurado, e levado em todos os eventos de livros. Além de leve e pequeno – cabe em qualquer bolso, é gratuito.
- Também adoro marcadores. Cada Bienal, venho só para aumentar minha coleção.
Haja ou não crise financeira, marcador ainda é o produto mais ambicionado, procurado, e levado em todos os eventos de livros. Além de leve e pequeno – cabe em qualquer bolso, é gratuito.
(Ilustração: Um dos destaques da Bienal, entre os marcadores, é o da cerveja Devassa, encontrado apenas nos boxes de bebida)
sexta-feira, setembro 11
Mãe, você lê pra mim?
O Instituto Pró-Livro registra em seu estande e nas ruas da Bienal do Livro, no Riocentro, depoimentos em vídeo de mães e mulheres que estimularam a leitura na vida de alguém, e de pessoas que foram influenciadas e aprenderam a ler por prazer. Os depoimentos serão disponibilizados no site do Instituto Pró-Livro e serão editados para a produção de um vídeo que será usado em campanhas de estímulo à leitura, com possíveis inserções nas mídias.
Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Ibope Inteligência a pedido do Instituto Pró-Livro, um em cada três leitores tem lembranças da mãe lendo algum livro e 49% deles tem na mãe sua grande incentivadora no processo de ler por prazer. Entre as crianças de cinco a dez anos, 73% citam as mães como quem mais as estimularam a ler.
Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Ibope Inteligência a pedido do Instituto Pró-Livro, um em cada três leitores tem lembranças da mãe lendo algum livro e 49% deles tem na mãe sua grande incentivadora no processo de ler por prazer. Entre as crianças de cinco a dez anos, 73% citam as mães como quem mais as estimularam a ler.
Ilustração: "Mãe lendo para bebê", 1657, Nicolas Maes (Holanda 1634-1693)
Recordista em pré-venda
O novo romance de Dan Brown, “The lost symbol” (“O último símbolo”), já garantiu o título de o livro com maior número de exemplares adquiridos na pré-venda on line. A obra, que será lançada na próxima semana em países de língua inglesa, vendeu até agora mais de cinco milhões de exemplares na Amazon, destronando em muito “O código Da Vinci”, do mesmo autor.
quinta-feira, setembro 10
É hoje!
O Rio de Janeiro passa a viver por dez dias no paraíso com os livros. Será aberta hoje a XIV Bienal do Livro no Riocentro. Quem não puder comparecer pode acompanhar tudo pela internet. Duas boas dicas são as visitas ao blog da Bienal e ver as fotos no Flickr . No G1, o internauta poderá acompanhar a transmissão ao vivo das principais mesas e palestras e ainda ter mais notícias sobre o evento.
Parafraseando um velho jingle radiofônico, "Bienal, Bienal, é melhor e não faz mal".
Parafraseando um velho jingle radiofônico, "Bienal, Bienal, é melhor e não faz mal".
quarta-feira, setembro 9
terça-feira, setembro 8
Um mês de leitura
A Biblioteca Estadual Infantil Anísio Teixeira, no Campo de São Bento, em Niterói, está proporcionando à população um mês de eventos de leitura, arte e entretenimento. Entre as atividades para as crianças, estão "Eu escolho a história" e "Hora do Conto". Como parte das comemorações do Ano da França no Brasil, a biblioteca fará leituras de obras de escritores e ilustradores franceses e nacionais.
Localizada dentro do parque - um ponto turístico e de lazer de Niterói, a biblioteca tem incentivado a leitura com essa série de eventos relacionados à leitura, em particular nos sábados, quando crianças, pais e acompanhantes movimentam as oficinas promovidas pela biblioteca.
Localizada dentro do parque - um ponto turístico e de lazer de Niterói, a biblioteca tem incentivado a leitura com essa série de eventos relacionados à leitura, em particular nos sábados, quando crianças, pais e acompanhantes movimentam as oficinas promovidas pela biblioteca.
sexta-feira, setembro 4
A ponte
quinta-feira, setembro 3
Uma frase para ler a dois
quarta-feira, setembro 2
O pó e os livros
Nas estantes os livros ficam
(até se dispersarem ou desfazerem)
enquanto tudo
passa. O pó acumula-se
e depois de limpo
torna a acumular-se
no cimo das lombadas.
Quando a cidade está suja
(obras, carros, poeiras)
o pó é mais negro e por vezes
espesso. Os livros ficam,
valem mais que tudo,
mas apesar do amor
(amor das coisas mudas que sussurram)
e do cuidado doméstico
fica sempre, em baixo,
do lado oposto à lombada,
uma pequena marca negra
do pó nas páginas.
A marca faz parte dos livros.
Estão marcados.
Nós também.
Pedro Mexia, in "Duplo Império"
(Ilustração: Escova em formato de livro, que permite limpar ao mesmo tempo livros de diferentes alturas criada pelo designer Arik Levy para o Studio ENO)
terça-feira, setembro 1
Edição de aniversário do + Leitura
Com manchete sobre a Bienal do Livro, no Riocentro, a edição de setembro de + Leitura, que está completando um ano nesta nova fase, já está sendo distribuída em Maricá. “Há um ano a livraria Canto do Livro retomava a edição de + Leitura, surgida em 2004 para atender frequentadores da livraria. A iniciativa de agora, inclusive com maior e mais adequada tiragem, possibilitou que a publicação tomasse lugar de importância na cultura do município através de uma distribuição mais abrangente. Foram mais de 200 reportagens, as mais diversas, que levaram para o público informações incontáveis sobre o livro, a leitura, a biblioteca em várias partes do mundo”, revela em editorial, que destaca ainda as iniciativas em favor da leitura divulgadas pelo + Leitura..
“Por pequeno que seja seu tamanho, em comparação à mídia impressa tradicional, + Leitura demonstrou ser bem maior em divulgar cultura, principalmente o setor livreiro. Hoje, um impresso até colecionado, tem lugar de destaque entre os leitores do município e até mesmo pelo país. É conseqüência do trabalho e do respeito conquistado. Enfim, estamos todos, leitores e livraria, de parabéns por conseguirmos manter uma publicação como + Leitura”, encerra o editorial.
A edição traz como destaques também reportagens sobre o projeto que envolve os profissionais da saúde, em Portugal, com o incentivo à leitura a partir dos seis meses; o programa “Livro sem dono”, desenvolvido por uma bibliotecária, no Sul, o ‘biblioburro” criado por um professor colombiano, e o crescimento no número de empréstimos de livros nas estações de metrô de Madri.
“Por pequeno que seja seu tamanho, em comparação à mídia impressa tradicional, + Leitura demonstrou ser bem maior em divulgar cultura, principalmente o setor livreiro. Hoje, um impresso até colecionado, tem lugar de destaque entre os leitores do município e até mesmo pelo país. É conseqüência do trabalho e do respeito conquistado. Enfim, estamos todos, leitores e livraria, de parabéns por conseguirmos manter uma publicação como + Leitura”, encerra o editorial.
A edição traz como destaques também reportagens sobre o projeto que envolve os profissionais da saúde, em Portugal, com o incentivo à leitura a partir dos seis meses; o programa “Livro sem dono”, desenvolvido por uma bibliotecária, no Sul, o ‘biblioburro” criado por um professor colombiano, e o crescimento no número de empréstimos de livros nas estações de metrô de Madri.
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