Mas há outro motivo para Afonso abrir mão do cargo. É que, depois de 50 anos e três gerações (a livraria foi fundada pelo tio-avô em 1965), Afonso decidiu fechar a sua livraria, a Sampa Books (antiga Supercap), localizada na Zona Oeste da capital paulista. As atividades devem se encerrar na última semana de fevereiro.
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Afonso bate na tecla da dificuldade de varejistas independentes na lida com editoras. Vendas diretas em escolas de livros didáticos, por exemplo, é um grande mal, na opinião do presidente da ANL. “Há 30 anos, o discurso das editoras é que elas precisam sobreviver e por isso fazem as vendas diretas. Isso parece papo de traficante. O que não percebem é que, com isso, está deixando o mercado pouco saudável”, desabafou.
“Quando se fala de livros, há uma ignorância generalizada que faz muito mal ao país. É muito comum ouvir pessoas ligadas ao livro defender que o livro é caro e que é preciso fazer um programa para fazer o livro custando muito pouco ou de graça. Muita gente transita entre dois lados: ou é o neoliberal, que prega a livre concorrência, mas adora fechar contratos com o governo, ou é o outro oposto que é ‘vamos dar livros de graça’, como se o simples fato de ter o livro ao lado garantiria a conquista da cidadania. Hoje o Brasil é um dos maiores compradores de livros do mundo e essa política que está em vigência há mais de dez anos se mostrou pouco eficiente. Basta observar que só 38% dos universitários formados são capazes de compreender um texto.”
(Fonte: Publishnews)
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