segunda-feira, setembro 26
Inédito centenário de Doyle
O primeiro livro do escocês Arthur Conan Doyle (1859-1910), “The Narrative of John Smith”, chega às livrarias 127 anos depois de escrito. Agora editado pela British Library e também em versão audiobook com o ator Robert Lindsay, o livro inédito de 130 páginas foi escrito entre 1883 e 1884, quando Conan Doyle tinha 23 anos, alguns anos antes de ser publicada a primeira história de Sherlock Holmes, o personagem que imortalizou o autor. Os manuscritos foram extraviados nos correios quando enviados à editora e o escritor, mais tarde, tentou reescrever a história de um homem de 50 anos que está confinado ao espaço do seu quarto e todos os pensamentos que lhe ocorrem naquelas condições, desde a religião à guerra, passando pela literatura, até às conversas que tem com as visitantes. Foi esse o material encontrado nos documentos da coleção Doyle de posse da British Library desde 2007.
quinta-feira, setembro 22
Vendendo o peixe do ebook
Mestres em vender qualquer produto, os norte-americanos não se cansam de apelar para as pesquisas a fim de anunciar que o livro digital é a maior maravilha do mundo, talvez, segundo tanto anunciam, seja a maior descoberta dos séculos. Afinal, tudo é válido para vender os leitores eletrônicos, porque o investimento também é grande. Mas bem que poderiam baixar a bola em suas propagandísticas pesquisas como a recente da The Harris Pooll, publicada no The Bookseller. Segundo o levantamento, 16% dos americanos leem entre 11 e 20 livros ao ano e 20% deles leem mais de 21 títulos. Mas para vender seu peixe, a pesquisa acrescenta que um terço dos possuidores de Kindle ou outro leitor ficam na mesma faixa de leitura e outros 27% passam de 21 títulos. O desavisado bem que pode suspeitar que o eletrônico faz o leitor ler mais. E a partir daí talvez resolva se exercitar na nobre arte da leitura eletrônica, quando mal soube aproveitar o prazer em papel.
quarta-feira, setembro 21
Os maus usos do livro
Se o livro é o melhor amigo do homem, a recíproca não é verdadeira na maioria dessas relações, principalmente quando o livro chega à terceira idade. Aí mesmo que o bicho pega. Quando conseguem uma aposentadoria de ambiente mais agradável, vão servir para embelezar, com suas lombadas de couro, estantes de bibliotecas para quem precisa de ares intelectuais e compra a livralhada a metro bem medido. Quando caem em desgraça nas famílias, até são dados para as crianças fazerem seus exercícios de artistas plásticos, futuros mestres das artes mais do que abstratas. Mas nestes tempos de supervalorizar os eletrônicos, os livros parecem estar recebendo outro tratamento. O homem, também seu maior inimigo, está condenando os livros a objetos... para decoração, quando não até para vaso de plantas.
Conheça as tais “dicas” de decoração com livro aqui
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terça-feira, setembro 20
O livro e o tempo
“Nada nos parece mais vivo que um livro que não envelhece. Há livros que à primeira leitura parecem carregar a eternidade em suas páginas. Fazem sucesso, conquistam milhares de leitores, trazem a notoriedade para os autores felizes. Mas aos poucos vão murchando como dálias; nem um resto de perfume deixam no ar, como as rosas que fenecem. São livros mortos que pareceram, no entanto, tão pletóricos de seiva. Nada tinham da verdadeira vida, não exprimiam a grande realidade que muitas vezes se esconde num verso, numa linha, numa frase. Mas quando relemos um livro que há tempo não líamos encontramo-lo como da primeira leitura, aí a grandeza da literatura nos firma na terra, nos prende ao homem para nos sentirmos mais fortes e mais duros do que o tempo”
José Lins do Rego ("O cravo de Mozart é eterno")
José Lins do Rego ("O cravo de Mozart é eterno")
Biblioteca a serviço da cidadania
“A biblioteca deve estar a serviço da comunidade na qual está inserida. A biblioteca é um serviço público”
Felipe Lindoso discute a principal função dessa instituição de importância para a cidadania em "A “biblioteca civilizatória” e a biblioteca como serviço público". Veja aqui
sexta-feira, setembro 16
Livraria está salva?
A livraria independente The Travel Bookshop, inspiradora do cenário do filme “Notting Hill” (foto), de 1999, com Julia Roberts e Hugh Grant , foi “salva” depois do apito final. Fechada no último fim de semana, a livraria, fundada em 1979, no bairro londrino de Notting Hill, foi comprada pela rede The Book Warehouse, que anunciou a preservação do espaço especializado em guias e livros de viagens.
O anúncio não foi bem visto pela corrente de amigos da Travel. A poeta Olivia Cole, editora literária da revista “GQ” e líder da campanha de solidariedade contra o fecho da livraria, é uma das críticas da “salvação”. Para ela, a rede de livrarias pretende “transformar esta livraria especial (...) vivaz e independente numa loja sem valor”.
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O anúncio não foi bem visto pela corrente de amigos da Travel. A poeta Olivia Cole, editora literária da revista “GQ” e líder da campanha de solidariedade contra o fecho da livraria, é uma das críticas da “salvação”. Para ela, a rede de livrarias pretende “transformar esta livraria especial (...) vivaz e independente numa loja sem valor”.
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quarta-feira, setembro 14
De olho no digital
O mundo digital avança velozmente sobre o mercado livreiro a ponto de um dos móveis mais emblemáticos do catálogo da Ikea, segundo o jornal inglês The Economist, é a nova versão das estantes Billy (foto), com maior profundidade. A popular cadeia internacional de móveis está redesenhando o modelo para que caiba qualquer outro objeto que não seja apenas o livro impresso. Para o jornal, é um indicativo de que a indústria está se preparando para receber o livro digital.
A surra que Alcibíades daria aqui
O jovem Alcibíades, em visita a uma escola, procurou saber se lá estavam as obras de Homero, “Ilíada” e “Odisseia”. Quando descobriu que ali não havia qualquer exemplar das duas obras que considerava fundamentais para o ensino, num rompante de agressividade, partiu aos socos para cima do professor. O gesto de Alcibíades pode ser interpretado como violento e politicamente incorreto por agredir um profissional de tal respeitabilidade. O problema é que o Alcibíades da historinha, acontecida por volta de 430 a. C., se tornaria nada menos do que o general e político ateniense, amigo do filósofo Sócrates, e não admitia que uma escola grega pudesse dispensar aqueles livros.
Não se imagina o que Alcibíades, se aqui baixasse, faria hoje nas escolas brasileiras, que ainda por cima sequer biblioteca possuem, e adoram indicar adaptações de Homero por serem politicamente corretas para a época, conterem termos e linguagem mais atuais e principalmente serem mais curtas para atender ao gosto atual do estudante brasileiro. No mínimo, Alcibíades traria todos os heróis gregos e troianos para dar uma surra generalizada em particular nos tais orientadores educacionais. Será que o que servia para o estudante grego da Antiguidade não serve para o leitor brasileiro de hoje?
Não se imagina o que Alcibíades, se aqui baixasse, faria hoje nas escolas brasileiras, que ainda por cima sequer biblioteca possuem, e adoram indicar adaptações de Homero por serem politicamente corretas para a época, conterem termos e linguagem mais atuais e principalmente serem mais curtas para atender ao gosto atual do estudante brasileiro. No mínimo, Alcibíades traria todos os heróis gregos e troianos para dar uma surra generalizada em particular nos tais orientadores educacionais. Será que o que servia para o estudante grego da Antiguidade não serve para o leitor brasileiro de hoje?
sexta-feira, setembro 2
quinta-feira, setembro 1
Festa pra todos os gostos
Leitor algum pode reclamar. A partir de hoje e até o dia 11, a XV Bienal do Livro, no Riocentro, vai promover o lançamento de mil novos títulos. A estimativa do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, promotor do evento, é de que sejam vendidos este ano 2,5 milhões de exemplares. Na última edição, a média foi de cinco livros por pessoa com 74 % dos visitantes fazendo compras.
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