“Nada nos parece mais vivo que um livro que não envelhece. Há livros que à primeira leitura parecem carregar a eternidade em suas páginas. Fazem sucesso, conquistam milhares de leitores, trazem a notoriedade para os autores felizes. Mas aos poucos vão murchando como dálias; nem um resto de perfume deixam no ar, como as rosas que fenecem. São livros mortos que pareceram, no entanto, tão pletóricos de seiva. Nada tinham da verdadeira vida, não exprimiam a grande realidade que muitas vezes se esconde num verso, numa linha, numa frase. Mas quando relemos um livro que há tempo não líamos encontramo-lo como da primeira leitura, aí a grandeza da literatura nos firma na terra, nos prende ao homem para nos sentirmos mais fortes e mais duros do que o tempo”
José Lins do Rego ("O cravo de Mozart é eterno")
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