Reprodução do cartaz da bienal de novela
Se lê mais, mas de outra maneira e outro tipo de textos; agora mais
intensamente é preciso que alguém ordene, oriente, destaque o que se lê, como o
editor e o crítico literário. Essas seriam duas das mais importantes conclusões
da primeira mesa redonda da I Bienal de Novela Mario Vargas Llosa, que se
realiza em Lima, no Peru.
Segundo Winston Manrique e Jacqueline Fowks, de Papeles Perdidos, houve
uma perda da capacidade de concentração para se ler textos mais extensos e de
complexidade. A mesa redonda “O rumo da leitura no mundo atual” definiu que o
editor orienta o panorama, decide o que publicar e ajuda a corrigir e/ou
melhorar o livro, enquanto o “bom crítico literário” deve dar elementos de
juízo ao leitor sobre a obra, ajudar melhor o leitor a compreender o texto. A
questão é que isso é incompatível com a liberdade do que se publica tradicionalmente
na rede de internet. “Se lê mais, mas a maioria dos textos são banalidades e as
redes sociais vivem das simplificações”, diz Fernando Ampuero.
Pouco
antes da abertura o próprio Vargas Llosa falou sobre o tema: “A literatura pode
parecer uma atividade puramente prazenteira, uma espécie de anestesia do
espírito que se afasta do mundo do real, mas essa operação tem consequências enormes
e valiosas na vida real, sobretudo para as sociedades que não querem ficar
estagnadas e cair no conformismo, manter-se vivas, críticas, renovadoras,
criativas”.
Para Carlos Granes, da Cátedra Mario Vargas Llosa, “o rumo é a leitura,
conseguir que sigamos entusiasmados com os livros”.
“Lemos com a mesma
velocidade da época de Aristóteles, 400 palavras por minuto, assim é que por
mais livros eletrônicos que saiam não somos autômatos e temos nosso próprio
ritmo. O hábito de leitura se foi. Em 20 anos a leitura de livros será um
culto. O problema é nossa inaptidão para nos concentrar”, disse Sergio Vilela,
diretor editorial da Planeta para a região andina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário