Anda o mundo triste, falta-lhe o brilho das horas completas. Andam caladas as vozes do coração, os rios já não transbordam, há um mau feitio que não nos deixa ser felizes. Há um cheiro nauseabundo entranhado na pele que sufoca as emoções, vestígios de medo em busca do sorriso certo para semear manhãs nos olhos dos amantes.
É tudo a metade, tudo incompleto, feito para não existir. É esta vida que não se chega a viver até ao fim que faz sofrer a humanidade, que tem um corpo mas apenas metade do coração.
António Vilhena, "A eterna paixão de nunca estar contente"
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