Era uma estátua antiga como uma alma que olhava nos olhos, olhos angelicais, toda ternura, todo azul celeste, todo enigma.
Ela sentiu que eu a beijava com o olhar e me puniu com a majestade de sua beleza, e me viu como uma rainha e como uma pomba. Mas passou de forma cativante, triunfante, como uma visão deslumbrante. E eu, o pobre pintor da Natureza e da Psique, criador de ritmos e de castelos aéreos, vi o vestido luminoso da fada, a estrela da sua tiara, e pensei na tão esperada promessa de um belo amor. Mas desse raio supremo e fatal, apenas um rosto de mulher, um sonho azul, permaneceu no fundo do meu cérebro.
Rubén Darío
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