Se toda uma família é inequivocamente bem-sucedida, é natural pensar que os pais têm alguma coisa que ver com isso. Os pais e… os livros. Leio no El País uma interessantíssima reportagem sobre os geniais Martinón Torres, sete irmãos espanhóis nascidos entre 1971 e 1982, filhos de um pediatra e de uma enfermeira, que são todos uns craques na actualidade e nasceram numa casa que tinha uma biblioteca de 20 000 volumes (o pai era bibliófilo) ocupando um andar inteiro. Nunca foram forçados a ler, a leitura pareceu-lhes uma consequência natural nessa casa onde passaram a infância e puderam viver aventuras épicas sem ter de ir muito longe. Entre um catedrático de Arqueologia na Universidade de Londres, uma paleoantropóloga de renome com trabalho assinalável por todo o mundo, dois pediatras, um dos quais uma referência em vacinação infantil, uma geriatra com uma tese de doutoramento sobre a velhice nos quadros de Velásquez, um gestor e um director de comunicação, há de tudo um pouco nesta família de cérebros – e todos leram muito desde pequenos, o que ajuda a compreender o nível a que chegaram nas respectivas profissões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário