Nestes tempos tão escuros para o mundo, em que todos os dias nos chegam notícias de atrocidades, violência, atentados, desrespeito e intolerância, sabe bem ler que ainda há quem nos faça ter esperança no futuro, sobretudo em locais onde o bem-estar não é, de modo nenhum, evidente. Muskaan Ahirwar, uma menina indiana de nove anos a frequentar a terceira classe, decidiu criar uma biblioteca à sua porta, num bairro pobre, para os meninos que não têm livros. Todos os dias, depois das aulas, chega a casa e monta a sua biblioteca, colocando os livros – que já são mais de cem – numa espécie de estendal. Empresta-os aos que vêm dos bairros de lata ainda mais degradados do que o seu e já sabem ler, mas também lê alto para os mais pequeninos, a quem, de resto, explica com paciência como ler faz com que se viaje sem sair do sítio. A operação tem sido de tal modo bem-sucedida que o Estado da Índia resolveu certificá-la como bibliotecária, concedendo-lhe um diploma atestando as suas capacidades para a função e declarando que a sua biblioteca tem o apoio do sector oficial da educação. Nesse documento, lê-se ainda que ser amigo dos livros é ser amigo do mundo e que ler é também conhecer outros mundos. Um exemplo bonito de que deixo aqui uma imagem inspiradora.
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