quinta-feira, janeiro 24

O sol nas prateleiras

Talvez já aqui tenha falado disto, não me recordo; mas, numa busca rápida, não encontrei nada relacionado com o BiblioSol e, como tal, corro o risco de ser repetitiva, mas paciência. Penso muitas vezes, sobretudo por não ter filhos, o que será da biblioteca que eu e o Manel fomos construindo ao longo do tempo e que se vai perigosamente ampliando todos os dias. Até porque, como muitas outras pessoas, sei de gente que se pelaria por ler e consultar alguns dos livros que ali estão, sobretudo os que já são muito difíceis de encontrar em livrarias e até em bibliotecas mais pequenas. Pois bem, Renato Soeiro e César Silva propuseram que as bibliotecas privadas passassem a ser "abertas" ao público (com o acordo dos proprietários, bem entendido), no sentido em que muitos estudantes têm se calhar de percorrer grandes distâncias para ir a uma biblioteca ler um determinado ensaio quando, provavelmente, um dos seus vizinhos o tem na estante de casa e não se importaria de lho emprestar. O BiblioSol (é este o nome do projecto) funcionaria então como uma rede de bibliotecas aberta à comunidade: cada dono de biblioteca inscrever-se-ia num site, disponibilizando-se para ser abordado por leitores à procura de obras específicas. Os leitores fariam o mesmo. E o livro procurado apareceria, provavelmente, com umas trocas de mensagens por e-mail. O BiblioSol estava inscrito no Orçamento Participativo de 2018 e, francamente, não sei se vingou porque nunca mais ouvi falar do assunto (e esta notícia que encontrei lá em casa a arrumar a secretária é de Agosto, pelo que me cheira que não tenha passado nas votações). Mas lá que era bonito, era. Até porque nos permitia falar de vez em quando com gente interessante e interessada e até poder aconselhar outros livros e autores ou receber sugestões. Enquanto, porém, nada acontece, que bata o sol nas nossas prateleiras.

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