Wil Freeborn |
Em mais ou menos dez anos, os Estados Unidos perderam quase metade dos seus pontos de venda de livros. Entre a crise financeira chegada em 2008 e o ano de 2017, despareceram também milhares de empregos em todos os ramos de negócio que talvez nunca venham a ser repostos; mas, se a indústria do tabaco acusou uma queda respeitável (sem dinheiro, as pessoas não podem ter vícios, donde passam a ser necessários menos funcionários nas tabaqueiras), esta foi bastante menos acentuada do que a verificada na indústria editorial e gráfica e também no retalho. Porém, todo o sector ligado às publicações entrou verdadeiramente em colapso com a chegada ao poder de Donald Trump (que prefere o Twitter, já sabemos, e cortou apoios sem fim à cultura), pelo que os estabelecimentos que vendem, além de livros, revistas e jornais perderam mais de 43% dos postos de trabalho que detinham em 2007, e todas as actividades ligadas aos livros – encadernadores, gravadores, etc. – mais de 44%. O pior é que os ordenados dos que ainda têm emprego não aumentaram (menos gente a fazer o trabalho de mais gente poderia implicar um salário melhor); e, com o desdém mostrado pelo Presidente relativamente à informação e à leitura, não sabemos o que o futuro reserva a todas estas pessoas e empresas. Suponho que más notícias, para variar.
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