quinta 18
Viagem pelos sebos da Capital. comércio assim é falência certa. do pequeno lote garimpado, visando, a princípio, aumentar o estoque de novidades da Alpharrabio, vieram parar nas minhas prateleiras e não nas da livraria, ou seja, o possível lucro já foi gasto com antecedência. Dentre eles, duas pepitas há muito procuradas: Os Filhos do Barro, de Octavio Paz, surrupiado de minha biblioteca por um professor sem caráter que me pediu o exemplar emprestado por uma semana e há uns 7 anos está com ele. Esse título, publicado pela Nova Fronteira, há muito está esgotado e nenhum outro exemplar jamais passou por minhas mãos nestes anos todos após a infeliz idéia do empréstimo, ainda que tenha ficado atenta nas minhas freqüentes andanças pelos corredores empoeirados dessas mal iluminadas casas guardiãs de tesouros insuspeitados. Finalmente, junta-se ele aos outros títulos de Paz, autor que tanto aprecio. Pena que este não contém as minhas marcas de leitura que se foram com o outro exemplar. Paciência, eu o lerei novamente e deixarei ali a marca do meu corpo e daquilo que marcou o meu espírito. Outra raridade que há muito busco: "Sua Excelência o Cachimbo", de Carlos Alberto De Ranieri, um fabricante de cachimbos que levam o seu sobrenome, edição do autor e que há muito anda desaparecida das prateleiras. Acabo de ler o volume por inteiro, pois servir-me-á ele como rito de iniciação à arte de fumar cachimbo, fetiche há muito acalentado. Que diabo, uma vida regrada também deve cometer alguma transgressão. Às favas os alertas do Ministério da Saúde.
Dalila Teles Veras, Anotações de Leituras IV
Nenhum comentário:
Postar um comentário