Estando à procura de uns papéis que não sabia bem onde tinha metido (a idade prega-nos cada vez mais partidas deste tipo), encontrei umas notas que tomei há tempos, enquanto lia, maravilhada, uma entrevista de George Steiner. E que belo acaso se tornou esse momento! Não é novidade para ninguém que Steiner é um dos mais interessantes pensadores da actualidade, mas ele diz coisas tão notáveis nessa entrevista que, preguiçosamente, me limitarei a reproduzi-las aqui (até porque o meu melhor comentário neste caso é mesmo o silêncio respeitoso e admirativo). Fruam, porque vale mesmo a pena (e eu volto à minha busca pelos tais papéis, se me dão licença):
“O maior dos críticos é sempre minúsculo ao pé de um criador. Os críticos são parasitas na melena do leão.”
“Um judeu é um homem que, quando lê um livro, o faz com um lápis na mão porque tem a certeza de que pode escrever outro melhor.”
“Nenhum lugar é aborrecido se me derem uma mesa, café e livros. Isso é uma pátria.”
“A poesia ajuda à concentração porque ajuda a aprender de cor. Sempre a reivindiquei no ensino, é bom levar dentro muita coisa, outras vidas. O poema que vive connosco muda connosco.”
“Os velhos deviam poder decidir quando morrer. Já não há recursos para manter viva tantas pessoas senis e dementes, vai contra a felicidade de muita gente (os jovens que têm de levar connosco) e não é justo.”
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