quarta-feira, fevereiro 21

A palavra felicidade

Num arroubo poético, o vate concreto, com letras de cimento e engenhosidade, escreveu a palavra felicidade.

***

É um desses poetas jovens e irresponsáveis que saem por aí gastando seus adjetivos com futilidades como flores, estrelas e mulheres.

***

É um velhote carrancudo, presunçoso e ameaçador como um daqueles provérbios que semeiam ventos para colher tempestades.

***

Às vezes me pergunto que utilidade tenho. Não venho fazendo mais do que escrever. Escrevo sobre generalidades, sobre superfluidades, sobre abstrações. Quem olha para minhas mãos, como eu agora, sente que o melhor que pode acontecer ao mundo é não precisar delas para nada.

***

A tristeza, pelo menos a minha, é uma daquelas sérias, de juras juradas e rejuradas e papel passado.

***

Penso que as frases curtas são um direito que conquistei com a minha velhice e o meu cansaço.

***

Pensar na vida é o tipo de coisa que você só deve fazer se não tiver um filmezinho para ver ou uma casquinha de ferida para coçar.

***

Se você se esforçar muito, mas muito mesmo, quantos mil e tantos pontos ainda abaixo de Shakespeare vai ficar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário