Velho professor, curvado de tanta aula, aparece na porta da livraria. Descarrega enormes sacos com livros agora sob guarda do livreiro.
- Pesa no bolso, quando se compra; e pesa depois no braço quando nos desfazemos dele.
Do meio daqueles montes, veio uma voz, um pouco cavernosa sufocada pelos companheiros.
- Peso é castigo de quem tanto serviu e agora é desprezado. Devia pesar era na cabeça, replica do fundo de tanta poeira.
Do meio daqueles montes, veio uma voz, um pouco cavernosa sufocada pelos companheiros.
- Peso é castigo de quem tanto serviu e agora é desprezado. Devia pesar era na cabeça, replica do fundo de tanta poeira.
O livreiro, que ouve a réplica do livrinho entre os “desprezados”, mostra-se filosófico:
- É um doce fardo sempre à disposição de oferecer seus prazeres ocultos.
E lá estão todos os volumes, agora limpos, organizados, dispostos a servir mais uma vez a quem deles precisa e vai fazer bom proveito. Silenciosos, mas atentos a cada visitante que chega, pois há sempre a oportunidade de encontrar um novo lar e, quem sabe, rever velhos amigos.
E lá estão todos os volumes, agora limpos, organizados, dispostos a servir mais uma vez a quem deles precisa e vai fazer bom proveito. Silenciosos, mas atentos a cada visitante que chega, pois há sempre a oportunidade de encontrar um novo lar e, quem sabe, rever velhos amigos.
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