O homem chega à livraria descarregando pacotes e sacolas plásticas com livros. Quanto valeria aquela montoeira, obras que um dia formaram uma biblioteca particular de uma senhora leitora de esoterismo e autoajuda? Talvez à cata de descobrir uma raridade de valor para o livreiro pagar bem, pretende negociar. E eis que surgem as "preciosidades": perfeitos exemplares de hipertexto. Quando nem sequer sabia que estava em sintonia com o pensamento mais avançado da tecnologia da informação, como o filósofo norte-americano Ted Nelson, a leitora fez de cada volume um hipertexto. Exemplares e mais exemplares, lidos, anotados, com trechos sublinhados por canetas das mais diversas cores, ainda estavam com todos os espaços em branco, inclusive por trás das capas e orelhas, preenchidos por recortes de jornais e revistas. Todos referentes ao tema de cada livro - recortes de frases, notas, pequenas reportagens, até mesmo com trechos sublinhados.
Se as obras se tornaram especiais, pela interferência da leitora, única capaz de dar ordem na completa desordem em que se tornou cada exemplar, também ali se pode ver um blog muito especial e original, que a ancestral blogueira, nos anos 70, fez de cada exemplar lido.
Se as obras se tornaram especiais, pela interferência da leitora, única capaz de dar ordem na completa desordem em que se tornou cada exemplar, também ali se pode ver um blog muito especial e original, que a ancestral blogueira, nos anos 70, fez de cada exemplar lido.
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