A Oitava Rima Editora, que há dois anos se lançou no cenário editorial com intuito de publicar literatura brasileira, depois de ter publicado poesias, crônicas e contos, traz, agora para seu catálogo, seu primeiro romance: "Os sefaradins", do escritor goiano Jeocaz Lee-Meddi.
Na última década do século XV, os reinos da Península Ibérica, após séculos de luta contra o domínio islâmico, impõem de vez o cristianismo na região e o romance de Jeocaz Lee-Meddi é o retrato fiel daquela época. A obra reproduz rigorosamente o rompimento da ignorância medieval com o renascimento, destacando o sacrifício de uma das mais eruditas comunidades daquele tempo, a israelita dos Sepharad.
Para ser fiel à época em que se passa, a narrativa privilegia muito mais o português lusitano do que o brasileiro. Os personagens são fictícios, mas inseridos em um contexto histórico verídico, que é respeitado ao máximo quando da constituição das peripécias. Unidos pelo casamento de Fernando e Isabel, Aragão e Castela tomam Granada, pondo fim ao último reduto mouro, formando a grande Espanha. Com o fim da guerra contra os mouros e o reino unificado, resta consolidar, também, as religiões, optando-se pelo extermínio dos cultos dos mouros e dos judeus.
"Os sefaradins" é um tratado sobre a vida, os êxodos e as diásporas dos ricos e poderosos judeus ibéricos. O enredo está calcado na relação entre Gabriel Latam e seu mestre Dom Julião. Após o assassinato do mestre, Gabriel, herdeiro de suas riquezas, parte para a Itália, a fim de receber sua educação formal, consolidando lá amizades e desafetos que terão papéis importantes no desenrolar da história. A trama, dada aos fragmentos e desencontros, é conduzida pelas vinganças e negócios de Gabriel, bem como pela vida e pelas fugas de seus amigos – Daniel Cohen, Abel Nigro e Antônio Garcia – e as famílias destes diante dos desmandos dos reinados da Espanha e de Portugal contra os judeus.
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