quinta-feira, maio 14

Êxtase de um bibliófilo

 Algunas de las joyas de la biblioteca de Luis Antonio de Villena.
Primeiras edições, dedicatórias íntimas, volumes fora de catálogo... Até domingo está aberta em Madri a Feira do Livro Antigo e de Ocasião e encontrar alguma joia. Luis Antonio de Villena revela seus tesouros


Não sei se a bibliofilia é uma arte, uma paixão ou uma boa forma de cultura. Suponho que é tudo isso e ainda mais porque, ao menos, também de maneira alguma desdenhável. Todo aquele que compra livros, porque ama o conhecimento e a leitura, é bibliófilo e mais que digno. Mas nos chamam a atenção os bibliófilos (se assim pode-se chamar) algo maníacos, pois junto à leitura e ao saber, amam o livro em si, o objeto livro, inclusive o odor do papel, e o valor da primeira edição em obras notáveis - a editio princeps - ou o fato de que esses livros estejam dedicados pelo autor ou autora, porque não só sejam uma edição singular, senão que sabemos que esse exemplar esteve nas mãos do próprio autor que já há tempos se foi. E dá, digamos, ao exemplar um ar romântico, sentimental. E hoje (não se pode esquercer) ao mesmo tempo um valor material

Fui bibliófilo inteiramente desde a adolescência, quando já recorria à madrilenha Cuesta de Moyano com mais possibilidade do que hoje quanto a achar raridades. O livro de saldo ou fora de catálogo (que cumpre uma muito importante função cultural, ninguém o desdenha por isso) é outra coisa. Lembro que um dos primeiros livros que comprei sentindo-me bibliófilo foi uma bela edição in 8° e em latim, com pequenas mas atrativas anotações das “Opera omnia”, de Publio Virgilo Marón, feita nas prensas do célebre impressor Fermin Didot em 1831. Como o comprei na primavera de 1968 (uma data mítica, sem saber) me parece uma pequena joia que conservo.

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