Jaime Pinsky tinha 7 anos quando assistiu a uma cena de horror. De família de judeus vindos da Europa às vésperas da guerra e instalados em Sorocaba (SP), viu quando a cavalaria do Exército avançou em direção a manifestantes de uma greve. Ao menino assustadíssimo, um tio explicou: é um "pogrom". A palavra, que escutava em casa nos relatos sobre os ataques antissemitas do pré-nazismo, o fez compreender a questão que o acompanharia em sua trajetória como professor, editor e autor. "Perseguição é horrível para todos os que a sofrem", diz na sala que ocupa em sua editora, a Contexto. Ele está à frente de um catálogo de 500 títulos predominantemente de história, jornalismo, geografia, educação e língua portuguesa. Contratado pela Unicamp, onde ficou até se aposentar, logo acumularia um posto que mudou seu percurso: o de diretor-executivo da editora que então ajudava a montar com oito professores. "Ninguém entendia nada de editora. No meio da ignorância, acharam que eu era o que mais sabia." Pinsky vendeu um terreno e começou as atividades dentro da casa onde vivia, na praça Panamericana. A direção ficava no escritório. A revisão, em uma sala dos fundos. Na sala de visitas, a composição. A garagem servia de recepção e secretaria. O depósito se distribuía pela sala de jantar. De início, a nova editora concentrou-se em paradidáticos de história, geografia, língua portuguesa e literatura infanto-juvenil.
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