James Mason e Sue Lyon em 'Lolita', de Stanley Kubrick |
Sua publicação hoje seria difícil, segundo alguns escritores, pensadores e críticos. Até mesmo sua condição de clássico cambalearia, explica o poeta Juan Antonio González Iglesias, “porque os inimigos da liberdade são muitos, e com um grande poder. Na longa luta entre a liberdade e o puritanismo, Lolita está do lado da liberdade”. Uma obra, segundo o filósofo Manuel Cruz, que “mostra que a aparência de liberdade e de tolerância sexual e amorosa em geral na qual vivemos não vem a ser outra coisa, no final das contas, que a substituição dos velhos tabus visíveis por outros novos, invisíveis por representar a obviedade emergente”. Nabokov, garante a escritora Marta Sanz, “convidou a refletir sobre o significado do obsceno e sobre nossa própria hipocrisia”.
Para além do desejo, mais para o lado do amor, rodeado de obsessão e dor, o protagonista do romance, um escritor chamado Humbert Humbert, torna público seu “pecado” de amar e desejar uma adolescente com a arte da literatura até criar, segundo o escritor Mario Vargas Llosa em 1987, uma “das mais sutis e complexas criações literárias de nosso tempo”.
Rejeitada por quatro editoras – só The Olympia Press, um pequeno selo editorial parisiense especializado em obras eróticas, se atreveu a publicá-la, em 15 de setembro de 1955–, três anos depois apareceu nos Estados Unidos. Lolita nasceu quase maldita. O próprio Nabokov (1899-1977) um dia lançou o original ao fogo e sua esposa, Vera, o resgatou; mais tarde, depois de chegar às livrarias, provocou uma onda de escândalo e acusações por desafiar tabus e pôr a sociedade ante o espelho de desejos obscuros. Sua popularidade aumentou quando Stanley Kubrick lhe fez justiça no cinema, em 1962, com roteiro do próprio escritor russo.
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Na longa luta entre a liberdade e o puritanismo, 'Lolita' está do lado da liberdade
González Iglesias
Rejeitada por quatro editoras – só The Olympia Press, um pequeno selo editorial parisiense especializado em obras eróticas, se atreveu a publicá-la, em 15 de setembro de 1955–, três anos depois apareceu nos Estados Unidos. Lolita nasceu quase maldita. O próprio Nabokov (1899-1977) um dia lançou o original ao fogo e sua esposa, Vera, o resgatou; mais tarde, depois de chegar às livrarias, provocou uma onda de escândalo e acusações por desafiar tabus e pôr a sociedade ante o espelho de desejos obscuros. Sua popularidade aumentou quando Stanley Kubrick lhe fez justiça no cinema, em 1962, com roteiro do próprio escritor russo.
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