- O Quaresma está doido.
- Nem se podia esperar outra coisa, disse o doutor
Florêncio. Aqueles livros, aquela mania de leitura...
- Pra que ele lia tanto? indagou Caldas.
- Telha de menos, disse Florêncio.
- Ele não era formado, para que meter-se em livros?
- Isto de livros é bom para os sábios, para os doutores.
- Devia até ser proibido, disse Genelício, a quem não
possuísse um título "acadêmico" ter livros. Evitavam-se assim essas
desgraças. Não acham?
- Decerto, disse Albernaz.
Calaram-se um instante, e as atenções convergiram para o
jogo.
(Trecho de "Triste fim de Policarpo Quaresma", de
Lima Barreto -1881/1922)
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