terça-feira, janeiro 17

Abraço contra gestão de OS em bibliotecas

Bibliotecários e outros servidores públicos de São Paulo irão realizar, no próximo dia 25, dia de aniversário da cidade, ato contra a privatização das bibliotecas públicas do município, com um “abraço” simbólico ao Centro Cultural São Paulo (CCSP), localizado na região central da capital. O protesto é contra uma declaração do secretário de Cultura, André Sturm, que no último dia 5 afirmou que o Centro Cultural e as 52 bibliotecas de capital passarão para a administração de organizações sociais (OS).


Segundo o secretário, seria “muito difícil” para a prefeitura fazer a gestão direta dos equipamentos. “Para poder contratar artistas tem que fazer uma série de procedimentos. É muito complexa a Cultura ligada na administração direta”, disse em entrevista coletiva. Os trabalhadores do sistema de bibliotecas municipais defendem que a privatização traz riscos de precarização das condições de trabalho e dos serviços oferecidos, além de dependência cultural.

A rede de bibliotecas municipais, considerada a maior da América Latina, é composta por 107 equipamentos, entre eles, 52 bibliotecas públicas de bairro e o Centro Cultural São Paulo, que conta com uma biblioteca referência em braile, discoteca e hemeroteca, além de biblioteca central. Todas correm o risco de serem privatizadas. De acordo com organizadores do evento, entre janeiro e junho de 2016 o sistema atendeu 518.496 pessoas, com 316.731 empréstimos num acervo de 2.473.823 materiais.

“Nos últimos anos, as bibliotecas se fortaleceram com as inaugurações da biblioteca de direitos humanos em Cidade Tiradentes e a biblioteca feminista em Guaianazes, com a reforma de bibliotecas temáticas e com a criação do fórum de trocas de experiências de ações culturais e de mediação de leitura em bibliotecas”, lembra o texto de convocação do ato.

A concentração está marcada para as 12 horas e 1.400 pessoas já demonstraram interesse em participar do protesto. “Precisamos sim de novos profissionais concursados, de mais editais de apoio à cultura, de formação continuada para os profissionais que já trabalham no setor. Mas a cultura é e precisa continuar sendo pública em constante diálogo governo-sociedade civil”, reclamam os profissionais.

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