A cultura francesa sempre foi um exemplo para muitos países, e várias gerações de portugueses foram, durante a ditadura, formadas pelo ensaio e a ficção vindos de França, quer de autores francófonos, quer em tradução. Mas também por lá os índices de leitura têm vindo a baixar com o visionamento apelativo das séries em streaming e o recurso constante ao smartphone. Leio, porém, no L’Humanité uma notícia sobre uma medida tomada por uma escola de Paris, com o apoio da associação Silence, on lit!, que parece boa para combater o problema. Depois do toque do fim do recreio da hora de almoço, exactamente às 13h25, estejam em que lugar estiverem dentro da escola, todos têm de pegar num livro e ler durante um quarto de hora (e atenção: até podem já estar sentados na sala de aula!). E não são apenas os alunos que têm esta obrigação, mas todo o pessoal da escola, incluindo auxiliares e professores. A escolha do livro é à vontade do freguês: aconselha-se o aluno a continuar o livro que já começou, mas não há restrições a temas, géneros ou autores, e isso torna o momento especial, porque é leitura obrigatória sem livro obrigatório. Os miúdos contam que antes não liam muito mas que, depois de aquele momento se tornar um ritual, começaram a gostar, sobretudo porque os relaxava a seguir à refeição e criava motivos de conversa com os colegas e posteriores trocas de livros. Muitos deles passaram então a comprar mais livros e ir à biblioteca com mais regularidade. Não seria de aplicar isto por cá?
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