Dyonelio Machado, "O louco do Cati"
quarta-feira, julho 10
No Cati
Velho, tinha uma espécie de sótão, que o distinguia das casinhas baixas da cidade e era como um remanescente duma edificação anterior, suntuosa, que devia ter existido, num passado misterioso e irreal. Ele estava com a mão fria e tremendo presa à mão da mãe. Todos, ali defronte da Cadeia, comentavam e esperavam. E quando o homem esquálido surgiu no terreno da frente (ela era metida para dentro), reatado em cima do cavalo, as mãos amarradas às costas, guascas maneando as pernas por baixo da barriga do animal, e vociferando numa revolta ao mesmo tempo enfática e triste, ele quis saber, saber! Já um pelotão de soldados o rodeava. Era a escolta. - O que é que eles vão fazer com o homem, mãe? - Psiu! Vão matar ele lá no Cati.
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