A rua, a casa. Defronte, um largo casarão usado como cortiço. Todas as tardes, descendo a rua, lá vinha aquele homem de aspecto manso – um funcionário público, talvez – arrastando os pés, as faces balofas. Corríamos ao seu encontro, com a pergunta invariável:
- Vovô, que é que eu sou?
Ele hesitava, fingia pensar, depois largava:
- Tatu.
E ia desfilando a esmo nomes de bichos nomes que nos encantavam.
Lúcio Cardoso, "Diários"
Nenhum comentário:
Postar um comentário