Perguntei-lhe o que fazia nas encostas daquela serra. Ele me respondeu que sempre tivera vontade de ficar ali, parado, descortinando o panorama árido. Mas o homem não permitia que ele abandonasse o trabalho e se dirigisse àquele sítio. Só houve um meio de o homem deixá-lo ir: era tornando-se inútil. E ele se tornou cego e ali estava.
— Mas você não pode ver o panorama — eu lhe disse.
— Não tem importância — ele respondeu—, eu posso imaginá-lo.
Oswaldo França Júnior
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