Metade das escolas não possui bibliotecas
No dia 31 de janeiro, o Ministério da Educação (MEC) lançou o Censo Escolar 2017, que apontou as principais deficiências de infraestrutura das escolas brasileiras. O dado com relação às bibliotecas preocupa. Pouco mais de metade das instituições de ensino (54,3%) possui biblioteca ou sala de leitura voltada para os alunos.
Outros problemas também são visíveis ao se analisar a pesquisa. Apenas 41,6% das escolas possuem sistema de esgoto e outras 52,3% utilizam fossa como sua principal fonte de descarte de resíduos. Em 10% das instituições não há sequer água, energia ou rede de esgoto. Também faltam parques, berçários e banheiros adequados às faixas etárias atendidas.
Com relação ao acesso à tecnologia, menos da metade das escolas (46,8%) possui laboratório ou sala de informática. Apesar disso, 65,6% possuem conexão com a internet, sendo 53,5% dos acessos via banda larga.
Garantir padrões mínimos de qualidade de ensino é, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, dever do Estado. Em entrevista à Agência Brasil, a ministra substituta da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, disse que 23% do orçamento da União são destinados à educação, porém ainda há problemas a serem contornados. “A infraestrutura das escolas é muito desigual, isso já está revelado por todos os estudos do Inep, e não obrigatoriamente está relacionada a recursos. Há municípios que recebem o mesmo montante de recursos pelo Fundeb que outro município vizinho, e um funciona melhor e o outro não funciona tão bem do ponto de vista da infraestrutura das suas escolas.”
Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, tem um ponto de vista divergente da ministra. Para ele, os governos não têm dado prioridade ao financiamento do setor. “É claro que bibliotecas, acesso à internet e laboratórios de ciências são imprescindíveis à educação hoje, isso para não falar no básico do básico, que é a garantia de água e esgoto.”
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