Que Natal é este, que sabe a morte,
a destruição, a estupro e frio?
É isto promessa, é isto sorte?
Valerá mesmo o curso deste rio?
O Natal foi então feito para isto?
Prometer, em vez dum começo, um fim?
Em vez de Jesus Cristo, um Mefisto?
E ter, no fim, um toque de clarim?
Mas que música ouvir, nesse fim?
A sinfonia selvagem do vento?
Os raios que presidem ao festim?
O horror visitado com espavento?
Um furacão, com música de Wagner,
e concebido por fino designer?
Eugénio Lisboa
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