“O número de livros crescerá continuamente e pode-se prever que chegará um tempo em que será quase tão difícil aprender alguma coisa nos livros como no estudo direto de todo o universo. Será quase tão conveniente pesquisar uma verdade escondida na natureza quanto encontrá-la escondida numa imensa quantidade de volumes encadernados”.Fiquei até com pena de Diderot, sabiam?
Imaginemos por um instante o que cabeças como a dele e a do outro enciclopedista, d’Alembert, com a colaboração de Voltaire, Monstesquieu, Rousseau, Buffon e d’ Holbach, fariam se soubessem que num futuro até que não muito distante em termos históricos (afinal, o que são 250 anos?) bastaria acessar uma entidade chamada Google para ser informado sobre muitas daquelas verdades que ele previa (e com toda a razão) seria difícil encontrar nos livros...
Ou será que a facilidade que encontram hoje em dia é o que impede os homens de criarem como os Enciclopedistas criaram? Talvez. Eles trabalhavam debaixo de situações no mínimo desconfortáveis, a começar pela luz de velas. E sob o jugo de leis de um Estado censor e de uma Igreja absolutamente fechada e muito poderosa. Mas com ironia e um tom de quase desprezo, eles mostraram aos seus contemporâneos, os que podiam comprar livros e os que sabiam ler, os defeitos e crimes dessas duas instituições então castradoras, sem incorrer em ataques diretos. O pensamento crítico desses homens contribuiu, não há dúvida, para a Revolução Francesa.
O que eu quero dizer com isso? Nada. Só estava pensando.
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