sábado, julho 16

Crimes cariocas

shapelywomen:
“A-mazing. Good illustration of modern life.
”
Quando quero descansar a cabeça do trabalho, sair um pouco das tragédias e vergonhas brasileiras e do pequeno mundo dos problemas cotidianos, é para os livros que viajo. Porque na música, na dança, nas artes plásticas, no teatro e no cinema, o espectador é passivo e só lhe cabe desfrutar e absorver a arte, o que já é muito bom, mas um bom livro só existe com um leitor ativo e participante, criando junto com o escritor as caras e os corpos dos personagens, os cenários, as ações, na tela da cabeça de cada um.

O mesmo livro não é igual para dois leitores: cada um o complementa com sua imaginação, suas memórias, seus medos e desejos pessoais. E isso exige completa concentração e envolvimento, viajar para o universo da narrativa e mergulhar. Ler é um lazer de imersão.

Pode-se assistir a um show, uma peça, um filme, pensando em outras coisas, olhando uma tela paralela, mas lendo um livro não dá, você perde o fio da história se não estiver totalmente conectado. Ainda bem que, nesse caso, o livro permite que você releia o que perdeu.

Nelson Motta

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